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Ações da Méliuz (CASH3) disparam até 29% com estratégia de bitcoin; XP faz alerta

06 mar 2025, 15:51 - atualizado em 06 mar 2025, 15:52
Meliuz
As ações do Méliuz engataram disparada no pregão desta quinta-feira (6) (Imagem: Dropbox)

As ações do Méliuz (CASH3) disparam na B3 no pregão desta quinta-feira (6), com o anúncio de que a companhia irá adotar o bitcoin como nova estratégia para sua tesouraria.

Às 15h12 (horário de Brasília) os papéis subiam 20,30%, a R$ 3,97. Acompanhe o tempo real. Na máxima do dia, CASH3 saltou 29,09%, a R$ 4,26.



Conforme o comunicado desta quinta, a companhia investiu em 45,72 bitcoin por aproximadamente US$ 4,1 milhões a um preço médio de US$ 90.296,11 cada.

Para tanto, o conselho de administração aprovou a aplicação de até 10% do caixa total da companhia em bitcoin, buscando um retorno de longo prazo no ativo. Ainda, estabeleceu um “comitê estratégico de bitcoin”, que visa apoiar a viabilidade de ampliação da estratégia.

O comitê irá atuar na criação de diretrizes de governança e na operacionalização da compra da criptomoeda.

A XP Investimentos está cautelosa com a recente decisão da Méliuz de alocar 10% de seu caixa em bitcoin.

Na avaliação do analista Bernardo Guttmann e equipe, embora a nova política interna permita esse investimento, o movimento pode gerar preocupações entre investidores quanto à gestão do caixa da empresa.

“A sugestão do conselho para que a administração realize um estudo detalhado sobre a adoção do bitcoin como ativo estratégico levanta dúvidas sobre a coerência dessa estratégia, especialmente porque a empresa não opera com criptomoedas em seu core business“, ponderam.

Para os analistas, a política de caixa parece desconectada dos objetivos operacionais da empresa de cashback, gerando incertezas sobre a eficácia e dúvidas sobre a capacidade da empresa de reinvestir sua geração de caixa em suas atividades principais.

“No entanto, reconhecemos que o bitcoin pode evoluir como uma reserva de valor no futuro, o que poderia justificar essa alocação caso a estratégia seja melhor alinhada com as operações da empresa”.

Bitcoin é a nova aposta do Méliuz

O fundador da empresa de cashback, Israel Salmen, disse no comunicado que essa estratégia não apenas protegerá e fortalecerá a posição financeira do Méliuz, mas também tem o potencial de o posicionar como pioneiro em uma transformação financeira que já está em curso globalmente.

“Acreditamos também que tal estratégia é complementar à operação do Méliuz, que seguirá focada em crescer, gerar caixa e valor para nossos mais de 35 milhões de usuários”, afirma.

Segundo o documento, a viabilidade de expansão dessa estratégica já está sendo estudada, visando a adoção do bitcoin como principal ativo estratégico da tesouraria.

Além disso, estão sendo estudadas formas de geração incremental de bitcoin para os acionistas, seja por meio da alocação de caixa, do fluxo de caixa operacional ou de outras iniciativas estratégicas, e as alterações necessárias em seus documentos societários, políticas e procedimentos internos.

Méliuz vê cenário desafiador como empresa aberta

Ainda na mensagem aos acionistas, a companhia aponta que, apesar do desempenho positivo da operação nos últimos trimestres, devido à alta dos juros e a forte queda nas bolsas, especialmente nas small caps, o Méliuz enfrenta hoje um cenário desafiador como companhia pública.

A ação, que já chegou a valer R$ 9,5, hoje negocia por R$ 3,94.

“Como consequência, atraímos menos atenção dos investidores, nossos calls de resultados se tornaram menos participativos e alguns grandes bancos encerraram a cobertura da ação. Isso ocorre mesmo com os avanços no core business, onde seguimos otimizando margens e impulsionando o crescimento da companhia”, diz.

Diante do atual cenário da empresa, o conselho de administração afirma que está buscando alternativas estratégicas para otimizar o uso do nosso capital, sendo que “o melhor caminho para a companhia é adotar o investimento em bitcoin”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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