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JBS (JBSS3) cai com frigoríficos após expectativa frustrada com Japão

26 mar 2025, 14:11 - atualizado em 26 mar 2025, 17:45
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(Foto: Divulgação JBS)

As ações da JBS (JBSS3) operam em queda nesta quarta-feira (26) e entre as maiores baixas do Ibovespa (IBOV), após a divulgação dos resultados operacionais da companhia no quarto trimestre de 2024 (4T24).

Os papéis fecharam com queda de 2,70%, a R$ 39,64.



Segundo Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Safras & Mercado, o recuo nas ações pode estar relacionado à missão do governo brasileiro no Japão, que frustrou expectativas e derrubou outros frigoríficos como Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3).

“Havia uma expectativa alta pela abertura do mercado japonês. Talvez, a percepção de quem está operando as ações é de que a dificuldade de firmar um acordo para isso atrase a venda de carne bovina para o Japão. Isso pode estar impactando os frigoríficos pois havia uma expectativa que ainda não se concretizou”, afirmou Iglesias.

Resultados da JBS

Na véspera, a JBS divulgou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 5% abaixo das estimativas, na avaliação do Santander.

O desempenho foi sólido no Brasil, mas as divisões da empresa nos Estados Unidos (EUA) e Austrália também tiveram resultados abaixo do esperado.

Apesar de os números estarem abaixo das estimativas do banco, os analistas ainda veem um momento positivo para os lucros, impulsionado pela inflação dos alimentos. Além disso, destaca o otimismo pelo processo de dupla listagem da JBS. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 53.

Já o BTG Pactual considerou os resultados da JBS robustos. O banco destacou que o segmento de aves segue como o principal motor dos resultados da companhia, com destaque para a Seara.

O BTG considera que as operações bovinas da empresa continuam prejudicadas pelo ciclo desfavorável de gado. No Brasil, o custo do boi subiu 33% em relação ao trimestre anterior, derrubando as margens do produto.

Ainda, o banco ressalta que as ações da JBS se valorizaram em 2024, subindo 57%, impulsionadas por fortes revisões de lucro. Os analistas não esperam que 2025 consiga repetir o desempenho surpreendente de 2024, mas estima um Ebitda de R$ 35,4 bilhões.

A dupla listagem é vista como um fator que sustenta o potencial dos papéis de crescerem ainda mais. O BTG mantém recomendação de compra, com foco no potencial de reprecificação, já que vê espaço para valorização maior que os atuais R$ 48 definidos como alvo.

Como outros 6 analistas viram os resultados da JBS 

De maneira geral, a percepção dos analistas de mercado é de que a JBS conseguiu reportar números fortes no 4T24. O Goldman Sachs afirmou que a empresa entrega um dos conjuntos de lucros mais consistentes de toda sua cobertura na América Latina.

Nem mesmo o ciclo negativo para o gado foi visto com pessimismo. O Goldman acredita que a divisão da empresa nos EUA conseguiu atingir patamares de eficiência operacional e de preços que reduziram os impactos da sazonalidade.

O banco recomenda a compra das ações, com base na grande geração de caixa da empresa. Ainda, a considerável redução da alavancagem, no menor nível desde o 3T22, fortalece a companhia.

O Bradesco BBI também destacou o desempenho da Seara, mas acredita que o pico do ciclo positivo para o frango já ficou para trás. A recomendação é de compra, com expectativas voltadas para o processo de dupla listagem.

BB Investimentos, Genial e Itaú BBA também reforçaram o otimismo, com recomendação de compra e projeção de maior valorização dos papéis nos próximos meses. O BBA ainda destacou o pagamento de R$ 4,4 bilhões em dividendos, que deve agradar os investidores.

A XP Investimentos vê os resultados positivos, capazes de apoiar a tendência de alta nos preços das ações, mas sinalizou preocupação com os resultados da empresa na Austrália e com eventuais problemas com tarifas internacionais.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
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