Ações da Irani podem subir 70% com projeto “robusto” de crescimento, diz XP
A XP Investimentos iniciou a cobertura da Irani Papel e Embalagem (RANI3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8,50, o que implica um potencial de valorização de 70%.
Na avaliação da corretora, a Irani tem um plano de desenvolvimento de projetos robusto, como a ampliação da recuperação de químicos por meio da criação de energia a partir de resíduos da produção de celulose.
“A expansão deve trazer mais eficiência para a produção de celulose, podendo chegar a 110 quilotoneladas (kt) por ano (de 85 kt por ano) e aumentar a produção de papel na unidade de Santa Catarina em aproximadamente 18 kt por ano após a construção”, avaliou o analista Yuri Pereira.
Outros fatores que colaboram com a perspectiva positiva da XP dizem respeito à alta exposição da empresa à indústria alimentícia e à sua diversificação geográfica.
As exportações da Irani atendem principalmente a Ásia (35%) e a América do Sul (34%), embora a Europa seja outro mercado bastante presente, representando 20%. Segundo a XP, uma carteira internacional e diversificada é benéfica em termos de volumes ou em cenários de dólar mais alto, como agora.
Riscos
O modelo de investimento da Irani não deixa de apresentar alguns riscos, mesmo com a companhia estando bem posicionada para alcançar bons resultados no longo prazo.
Como contraponto, a XP destacou um ambiente econômico desfavorável e volátil, que pode afetar os volumes e os preços da empresa.
O aumento nos preços dos insumos é outro fator de risco.
Segundo a corretora, os preços de aparas devem permanecer estáveis no segundo semestre, mas podem subir se o e-commerce for impactado na pandemia de covid-19.
“Comerciantes de aparas geralmente coletam o material nas lojas, supermercados etc. Agora, a maioria das embalagens está indo para as residências. Como o Brasil não tem um sistema robusto de coleta seletiva, boa parte das aparas podem se perder. Assim, é possível que a oferta ainda esteja restrita na próxima metade do ano”, explicou Pereira.
A XP vê um equilíbrio dos preços apenas em 2021.