Ações da Gol (GOLL4) disparam 15% após números de novembro; Bradesco BBI vê ‘sólidos resultados operacionais’
As ações da Gol (GOLL4) engataram alta na B3 no pregão desta segunda-feira (6), chegando a saltar 15% em reação aos números referentes a novembro divulgado na sexta-feira (3).
Por volta de 11h53 (horário de Brasília), os papéis da companhia saltavam 15,22%, a R$ 1,59.
Em recuperação judicial, a Gol registrou mais um mês no vermelho, com prejuízo de R$ 176 milhões em novembro, mas menor do que os R$ 338 milhões de outubro.
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A receita líquida somou R$ 1,7 bilhão no mês, contra R$ 1,6 do mês anterior. Por outro lado, a dívida líquida subiu, a R$ 31 bi, contra R$ 29 bi em relação a outubro.
O caixa total ficou em R$ 2 bilhões no mês.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em novembro foi de R$ 448 milhões, com margem de 26%, avaliada como sólida por analistas do Bradesco BBI.
Analistas da casa apontam que a margem Ebitda de 26% representa alta de 1 ponto percentual (pp) em relação a outubro, com receitas unitárias subindo 12% ao mês.
“Em nossa opinião, isso pode refletir a sazonalidade à medida que o setor se aproxima do verão do Hemisfério Sul, mas também reflete uma melhoria na taxa de ocupação total de 1,5 pp no mês. Esperamos que a melhora sequencial continue em dezembro, à medida que a alta temporada avança”.
Os analistas destacam ainda o aumento de 4% da dívida líquida na comparação mensal, refletindo a depreciação de 5% do real no período — vale lembrar que companhias aéreas são altamente dolarizadas.
“Apesar dos sólidos resultados operacionais, mantemos nossa recomendação de venda e preço-alvo para 2025 de R$ 0,90 para a GOL, dada a esperada diluição patrimonial como parte de sua saída do Chapter 11, prevista para abril”, concluem.
Gol firma acordo sobre dívidas tributárias
Na útlima semana, a Gol comunicou o mercado sobre acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) para equacionar as dívidas tributárias da companhia e suas subsidiárias, abrangendo tributos previdenciários, não previdenciários e outras obrigações.
Segundo o documento enviado ao mercado na quinta-feira (02), o acordo prevê o parcelamento de débitos previdenciários e não previdenciários, estimados em aproximadamente R$ 5,5 bilhões, assim como a aplicação de descontos sobre multas, juros e encargos.
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Ficou acordada ainda a possibilidade de abatimento de parte do saldo devedor com prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). O plano de reestruturação da Gol já previa a realização de um acordo deste tipo.
A companhia aérea destaca que o acordo não impactará o endividamento líquido e que a reestruturação financeira por meio do Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) atualmente em curso permanece necessária.