Ações da Europa vão continuar a superar Wall Street, diz Goldman
O melhor desempenho das ações de empresas europeias em relação a companhias americanas pode durar anos, de acordo com estrategistas do Goldman Sachs.
Em dólares, as ações europeias superaram Wall Street em três grandes períodos desde a década de 1980, durando uma média de três anos e meio, escreveu a equipe que inclui Peter Oppenheimer e Sharon Bell em nota. O desempenho médio superior foi de 53% em moeda local, disseram.
O Goldman não está sozinho em suas expectativas para a Europa. No mês passado, Michael Hartnett, do Bank of America, classificou os maiores retornos da região frente aos EUA como o “início de uma era”.
Estrategistas do Morgan Stanley disseram que o otimismo com a reabertura da China e o cenário de lucros maiores permitirão que a Europa mantenha sua liderança sobre os EUA. Kasper Elmgreen, chefe de renda variável da Amundi, disse que os “valuations” mais baratos da Europa deixam a região mais atraente. O mercado europeu tem mais a ganhar com perspectivas econômicas globais mais positivas que os EUA, já que suas empresas obtêm cerca de 60% das vendas fora do continente. A queda nos custos de energia fornece um impulso extra.
“Os investidores ficaram mais otimistas em relação aos riscos de crescimento”, escreveram os estrategistas. “O colapso dos preços do gás e a abertura mais rápida do que o esperado da China apoiaram essa mudança de visão.”
Valuations mais baixos também são um importante fator para os retornos pela primeira vez desde antes da crise financeira global, provocada pelo aumento do custo do capital, de acordo com os estrategistas. O potencial para taxas de juros e rendimentos dos títulos deve continuar a apoiar o desempenho relativo dos mercados europeus, avaliam.
Embora as bolsas europeias mostrem desempenho recorde em relação a Wall Street, o Stoxx Europe 600 ainda é negociado a apenas 13,1 vezes os lucros projetados, em comparação com cerca de 18,4 vezes para o S&P 500.
A maioria dos principais índices de referência europeus entrou em níveis de mercado altista, e investidores agora monitoram de perto bancos centrais e resultados corporativos como principais catalisadores para estender o rali.
Em termos de balanços, a equipe do Goldman destacou a melhora do quadro na Europa. “Isso se deve principalmente às perspectivas mais otimistas para setores de valor”, como commodities e finanças, que dominam a maioria dos índices de referência europeus.
Os estrategistas também apontaram fluxos de entrada mais altos como outro motivo para a expansão do rali. Ações europeias atraíram fundos nas últimas duas semanas, encerrando 48 semanas de saídas. No entanto, Oppenheimer e equipe disseram que será difícil para a Europa descolar do mercado acionário dos EUA se houver uma correção significativa em Wall Street. “Em uma baixa nos EUA, não há onde se esconder.”