Ações da Embraer enfrentam “tempestade perfeita”
As ações da Embraer (EMBR3) estão em meio à uma tempestade perfeita. Enquanto a fusão com a Boeing (BA) na área de jatos comerciais fracassou, o mundo passou a voar muito menos e os cancelamentos de pedidos chegaram.
“A crise global das companhias aéreas devido ao coronavírus e o risco de novas restrições, como a distância mínima entre os passageiros, pode resultar no adiamento da entrega de aeronaves ou mesmo em novos cancelamentos”, apontam os analistas da Ágora Investimentos, Victor Mizusaki e Flávia Meireles.
A fabricante de aeronaves brasileira disse nesta terça-feira (12) que as encomendas firmes do avião mais vendido da Embraer – o E175, com capacidade para até 90 pessoas – caíram 15 jatos no primeiro trimestre de 2020, sem contar os aviões que foram entregues no período.
Segundo a empresa, as entregas tiveram “um impacto negativo” pela preparação em janeiro para concluir a transação com a Boeing.
A carteira de pedidos firmes a entregar, um indicador de receita futura, totalizou US$ 15,9 bilhões em 31 de março, ante US$ 16,8 bilhões no final de 2019.
As entregas de jatos executivos também caíram ligeiramente, para 9 entregas, em comparação com 11 no ano passado.
A Ágora reiterou a recomendação de venda para as ações, com preço-alvo de US$ 4. A projeção é feita para as ADRs (American Depositary Receipts), que negociam em Nova York.