Ações da Eletrobras (ELET6) desabam 6,6%, após oferta que movimentou R$ 29 bilhões
As ações da Eletrobras (ELET6) desabaram 6,59%, a R$ 39,7, após o anúncio de que a empresa precificou a oferta para privatização a R$ 42, levantando R$ 29,29 bilhões.
Com o movimento de hoje – pregão marcado pela aversão geral ao risco -, os papéis devolvem parte dos ganhos dos últimos dias, mas ainda acumulam alta de 25% neste ano. Na véspera, a ação fechou a R$ 42,50.
O valor da operação concretizada pela Eletrobras inclui uma oferta primária de 627.675.340 de novas ações ordinárias emitidas pela empresa, através das quais o governo brasileiro diluiu sua participação, e uma oferta secundária de 69.801.516 ações já detidas pelo BNDES.
A operação é a maior oferta de ações em 12 anos no Brasil, desde a capitalização da Petrobras (PETR4), em 2010; e é a segunda maior operação do mundo este ano.
Reajuste de demanda
Segundo analistas, essa queda era um movimento esperado, já que a precificação da oferta veio mais barata do que o preço que as ações estavam sendo negociadas no mercado.
“Essa é uma queda natural, já que a empresa fechou a R$ 43,00, o mercado vai tentar se ajustar neste momento”, explica Heitor Martins, especialista em Renda Variável na Nexgen Capital.
O especialista também ressalta que o mercado também está se movimentando em função da inflação nos EUA, que veio acima do esperado. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 1%, ficando acima do registrado em maio (+0,3%) e das projeções do mercado, de alta de 0,7%
Sidney Lima, da casa de análise Top Gain, conta que houve movimento constante altista do preço das ações pela expectativa de que no processo de ‘bookbuilding’ da oferta saísse mais alto do que os 42 reais.
“Sendo assim, como esperado, muitos investidores que compram acreditando em um movimento altistas após a publicação do preço começaram a realizar suas posições, inflando assim esse movimento de venda”, acrescentou.,
Ele ressaltou, porém, que isso explica a queda mais forte, mas “não é nada de pânico, e sim movimento de especulador”.
Novos acionistas
Diante de novos horizontes de investimento da Eletrobras, os novos acionistas da companhia devem impactar as ações no médio e longo prazo.
“Entender quem são os novos acionistas da empresa (alguns de grande peso), quais serão os guidances governança e o jogo político daqui para frente é muito importante”, defende Gustavo Pazos, analista da Warren.
O novo conselho, formado por novos acionistas, irá decidir quem serão os nomes à frente da companhia. “Diante dos novos guidances, o mercado com certeza vai reagir”, explica.
*Com informações da Reuters
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