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Ações da Direcional (DIRR3) ignoram recorde no 4T24 e caem na bolsa; o que aconteceu?

11 mar 2025, 15:17 - atualizado em 11 mar 2025, 17:35
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(Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

Mesmo com recorde de receita líquida no quarto trimestre de 2024 (4T24), as ações da Direcional Engenharia (DIRR3) fecharam em queda nesta terça-feira (11), com recuo de 3,48%, a R$ 29,08.



Os resultados da companhia eram amplamente esperados pelos analistas que apontavam a construtora como uma das favoritas no setor de baixa renda para a temporada. Porém, por mais que a receita tenha sido de R$ 924 milhões, 46% superior a um ano antes, o número veio abaixo da média projetada pelo mercado. Analistas esperavam receita de R$ 948,6 milhões para a construtora.

Para o Goldman Sachs, a queda no preço das ações no dia posterior à divulgação dos resultados já era esperada, justamente pela alta expectativa do mercado com a empresa.

“A Direcional tem sido amplamente percebida como um porto seguro pelos investidores com quem conversamos, diante dos desafios macroeconômicos, devido à visão de um financiamento seguro pelo programa MCMV e à capacidade da empresa de crescer dentro desse programa. No entanto, isso pode ter elevado as expectativas para o trimestre, o que pode levar a um movimento mais fraco”, explicaram os analistas do banco.

Na visão do Itaú BBA o número mais fraco que o esperado na receita provavelmente se deve à ausência de início de novas obras em dezembro, ao melhor desempenho das vendas de lançamentos e à venda de participações minoritárias em subsidiárias.

O lucro líquido do período, no entanto, veio acima do esperado, em R$ 181 milhões, contra a expectativa média do mercado de R$ 164,7 milhões. Demais dados como margem bruta e margem da carteira de pedidos também não passaram desapercebidos e foram destacados pelos bancos como acima das expectativas.

O Santander, por sua vez, avaliou que segue com uma confiança na sólida perspectiva operacional da Direcional e com estimativa de dividend yield de 12,7% (em média) para 2025/2026.

“Na prática, projetamos que a geração de caixa (excluindo monetização de ativos) aumente materialmente, saindo de aproximadamente R$ 95 milhões em 2024, para cerca de R$ 390 milhões em 2025 e R$ 690 milhões em 2026”, avaliaram os analistas.

Desta forma, Goldman e Santander reiteraram sua recomendação de compra ação destacando o longo prazo como fator crucial para a tese. Já o BBA, preferiu se manter neutro, já que acredita que os números não foram suficientemente bons com um ano desafiador pela frente.

“A despeito de todos os desafios que certamente virão no ano que entra, não pouparemos suor e dedicação para fazer de 2025 mais um ano histórico para a Direcional”, afirmou a companhia em relatório de resultados divulgado nesta segunda-feira (10).

*Com informações da Reuters

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.