Destaques da Bolsa

Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 24% após empresa reportar lucro do 2T24

08 ago 2024, 11:46 - atualizado em 08 ago 2024, 17:53
Destaque do balanço da varejista foi a rentabilidade.  (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam mais de 20% e lideraram os ganhos da bolsa brasileira desde a abertura das negociações desta quinta-feira (8).

Os papéis da varejista fecharam o pregão com alta de 24,36%, a R$ 5,31, na máxima intradia. Mais cedo, BHIA3 bateram máxima de avanço de 26,46%, a R$ 5,40. 

Acompanhe em tempo real. 



A forte alta dos papéis é uma reação ao balanço do segundo trimestre divulgado na quarta-feira (7). 

Depois de seis trimestres de prejuízos consecutivos, a Casas Bahia (BHIA3) reportou lucro líquido de R$ 37 milhões entre abril e junho, um ano após o lançamento de seu plano de reestruturação, e revertendo prejuízo de R$ 492 milhões apurado no mesmo período de 2023.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado apresentou queda de 3,5% no comparativo anual, para R$ 452 milhões, com margem Ebitda ajustada 0,7 ponto percentual acima do resultado de um ano antes, em 7%.

No segundo trimestre, a receita líquida ainda mostrou declínio de 13,5% ano a ano, para R$ 6,5 bilhões, enquanto a margem bruta da companhia avançou 1,6 ponto percentual na mesma base, para 30,7%.

O GMV (volume bruto de mercadorias) total diminuiu 12% em relação ao ano anterior, impulsionado por um fraco desempenho online no 1P — vendas diretas pela própria companhia — enquanto o cenário macroeconômico continuou a ser um obstáculo para o desempenho no varejo físico e no 3P — vendas por terceiros. 

Por fim, as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) diminuíram 9,1% em relação aos meses de abril a junho de 2023. 

A reação do mercado ao balanço

Para a XP, a Casas Bahia teve resultados fracos, com a avaliação de que a reestruturação continua a prejudicar o crescimento da receita e os resultados financeiros a pressionar o lucro. 

A corretora, porém, afirma que o destaque do balanço da varejista foi a rentabilidade. 

Segundo os analistas, as iniciativas de reestruturação, como a otimização de estoques e mix de produtos, ainda sustentam a melhora da margem bruta, embora a margem Ebitda ajustada tenha aumentado em menor escala devido à desalavancagem operacional. 

Além disso, eles afirmam que o ajuste dos estoques está praticamente concluído, atingindo a meta da companhia até o final do ano de 2023.

Já para o BTG Pactual, o balanço não trouxe surpresas. “Como esperado, a tendência de enfraquecimento da receita continuou no segundo trimestre”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima. 

O banco reiterou a recomendação neutra para as ações da Casas Bahia (BHIA3). 

“Permanecemos neutros com a perspectiva de que a empresa está em um setor bastante competitivo, com forte exposição a produtos eletrônicos e eletrodomésticos, elevados custos de financiamento e desafios na monetização de créditos fiscais, que podem prejudicar a sua capacidade de investir no crescimento de suas operações”, diz o relatório.

Recuperação da Casas Bahia 

Vale lembrar que a varejista iniciou, em agosto do ano passado, um processo de reestruturação financeira. 

Desde então, a Casas Bahia já levantou R$ 602 milhões em um follow-on para reforçar sua estrutura de capital e anunciou um plano de recuperação extrajudicial para o reperfilamento da dívida de cerca de R$ 4,1 bilhões.

Mesmo com a reação positiva do mercado ao balanço, as ações da companhia acumulam queda de mais de 55% no acumulado do ano.