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Ações da Azul (AZUL4) recuam 18% com preocupações sobre dívidas no radar; confira

02 set 2024, 11:41 - atualizado em 02 set 2024, 17:35
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Ações da Azul despontam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira (02) (Imagem: Facebook/Azul Linhas Aéreas Brasileiras)

As ações da Azul (AZUL4) abriram o pregão desta segunda-feira (02) entrando e saindo de leilão, entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV). Os papéis chegaram a derreter 18% durante as negociações.

Os papéis da companhia aérea fecharam a sessão com baixa de 18,18%, a R$ 4,41. A queda estendeu as perdas pelo sexto dia consecutivo.



Na última quinta-feira (29), os papéis da companhia aérea sofreram uma derrocada em reação à notícia publicada pela Bloomberg de que a empresa estaria considerando diversas opções — incluindo um pedido de proteção contra credores — para lidar com sua dívida com vencimento iminente.

A empresa esclareceu, no mesmo dia, que ocorreu uma má interpretação das informações.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul lembra que desenvolveu um novo plano estratégico, visando uma melhoria geral de sua estrutura de capital e posição de liquidez e que está em negociações ativas com seus principais stakeholders para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado.

“Em linhas gerais, os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes. Como temos demonstrado consistentemente, a Azul sempre favorece soluções amigáveis e comerciais que maximizam valor para todos os seus stakeholders”, disse.

A Azul tinha, no fim do segundo trimestre, R$ 18 bilhões em dívida com os arrendadores.

Azul não minou preocupações do mercado?

Na avaliação do BTG Pactual, as explicações trouxeram algum alívio, especialmente para os investidores que temiam um Chapter 11. Em relatório divulgado na sexta-feira (30), os analistas esperavam que, dado novo conjunto de informações fornecido pela administração, houvesse alguma recuperação após o desempenho mais fraco.

O BTG destaca que Azul tem discutido com seus principais arrendadores, que detêm mais de 90% de sua dívida, sobre a alteração do plano de conversão de dívida previamente acordado.

O plano inicial envolvia a conversão da dívida em 14 parcelas trimestrais, do terceiro trimestre de 2023 ao quarto trimestre de 2027. No entanto, agora propõe quitar a dívida em uma única parcela fixa, o que resultaria em uma diluição acionária maior do que os 18% inicialmente acordados — o BTG estima que na faixa de 20-30%.

“Ainda assim, espera-se que a diluição seja menor do que nos níveis atuais de preço. Além disso, a Azul mencionou a possibilidade de utilizar a Azul Cargo como garantia para levantar até US$ 800 milhões em caixa. A empresa também tem acesso a outras fontes de liquidez, incluindo as linhas de crédito garantidas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), recentemente aprovadas pelo Congresso (R$5 bilhões em linhas de crédito disponíveis para o setor)”.

O banco tem recomendação neutra para AZUL4, tendo em vista que o nível de alavancagem deve continuar sendo um risco relevante para a companhia.

Fusão com a Gol no radar

Uma fusão com a Gol (GOLL4) está no radar do mercado, sendo que a Azul confirmou que está conversações com o Grupo Abra — controlador da Gol e Avianca — para explorar possíveis combinações de negócios.

Vale lembrar que as companhia já estão operando juntas em um sistema de codeshare, acordo no qual as companhias aéreas compartilham um mesmo voo.

No entanto, nenhum acordo formal ou vinculativo foi alcançado até o momento. A empresa esclareceu que essas negociações são separadas das discussões sobre arrendamentos e não há condições prévias que vinculem os dois temas.

“Uma possível combinação das duas companhias aéreas poderia gerar sinergias significativas devido à sobreposição mínima de malha aérea, potencialmente beneficiando os acionistas da Azul”, avalia o BTG Pactual.

Os analistas do banco comentam que a Azul não antecipa a necessidade de dívida adicional para viabilizar o negócio, caso avance. Além disso, pontuam que a administração demonstrou confiança em obter a aprovação antitruste, que continua sendo a principal incógnita de um acordo desse tipo.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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