Ações da Azul (AZUL4) disparam 14% após novo acordo com credores
Depois de figurar como a ação com pior desempenho na semana anterior, as ações da Azul (AZUL4) reduzem as perdas acumuladas em outubro com salto de mais de 16% durante a sessão nesta segunda-feira (28).
AZUL4 terminou o pregão com alta de 13,99%, a R$ 6,11, e liderou a ponta positiva do Ibovespa (IBOV). Acompanhe o Tempo Real.
Mais cedo, a companhia aérea anunciou um acordo com credores, com o acréscimo de até US$ 500 milhões em novas dívidas com detentores de títulos — o equivalente a R$ 2,5 bilhões.
O valor total anunciado será dividido em partes. A primeira parcela, de US$ 150 milhões, será recebida nesta semana e a outra, de US$ 250 milhões, até o final do ano.
O acordo, segundo a Azul, pode incluir outros US$ 100 milhões em financiamento e uma possível troca de dívida por ações no valor de até US$ 800 milhões, caso a empresa consiga melhorar o fluxo de caixa e reduzir seus custos em cerca de US$ 100 milhões por ano.
O capital novo era uma condição do recente acordo da Azul com arrendadores para se desfazer de quase US$ 550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de cerca de 20% na empresa.
Na semana passada, a Reuters informou, citando fontes, que a companhia aérea estava em negociações com várias partes para levantar cerca de US$ 400 milhões em capital novo por meio de financiamento de dívida e que um acordo estava próximo.
Vale lembrar que, recentemente, a Azul concordou em reduzir sua dívida em US$ 530 milhões, aproximadamente R$ 3 bilhões, em troca de ações preferenciais, dependendo da aquisição de novos financiamentos.
Apesar de ter US$ 68 milhões devidos em pagamentos de títulos este mês, analistas de mercado acreditam que a Azul pode administrá-los, embora as altas taxas de juros e o declínio do real aumentem seus desafios.
Nas contas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, a companhia aérea pode levantar US$ 909 milhões em novas dívidas, incluindo US$ 400 milhões em novas dívidas usando a Azul Cargo como garantia, US$ 209 milhões do empréstimo ABGF e US$ 300 milhões de fundos da FNAC relacionados ao plano de resgate do governo federal brasileiro.
Essas alternativas, na avaliação dos analistas Victor Mizusaki (Bradesco BB, Wellington Lourenço e Larissa Monte Ágora Investimentos), deve evitar que a empresa precise entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o “Chapter 11”.
O banco tem recomendação de compra (outperform) para Azul, com preço-alvo de R$ 20.
- Quem foram os verdadeiros vencedores das eleições de 2024? Veja como cenário mexe com as perspectivas para a economia brasileira