Ações da Azul (AZUL4) derretem mais de 20% com pedido de proteção judicial no radar
As ações da Azul (AZUL4) fecharam em queda de 23,45% no pregão desta quinta-feira (29) após entrar em leilão duas vezes.
Pesa nas ações a notícia de que a empresa estaria considerando diversas opções — incluindo um pedido de proteção contra credores — para lidar com sua dívida com vencimento iminente. Por volta das 15h, a empresa soltou comunicado esclarecendo a informação.
- Confira: Nem quente, nem frio, mas ‘ideal’? Esse pode ser o momento de entrar em ações brasileiras, segundo analista; veja as ações que são oportunidade de compra
Segundo informações da Bloomberg, a empresa vem trabalhando com o Citigroup para uma potencial oferta de ações. No entanto, não está descartado um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos — também conhecido como Chapter 11.
Em junho do ano passado, a Azul conseguiu adiar os vencimentos das suas dívidas por meio de uma troca de títulos. A empresa possui R$ 382 milhões de títulos de 2024 a serem pagos ainda em 2024, além de US$ 550 milhões a serem pagos nos próximos quatro anos.
No segundo trimestre a companhia registrou prejuízo de R$ 3,87 bilhões.
Azul estuda fusão com a Gol
Outras opções que também estão na mesa são a emissão de novas dívidas por meio da unidade de carga da Azul e um contrato de fusão com a Gol (GOLL4). Este último seria uma tentativa de convencer os credores de que a nova companhia teria níveis mais baixos de dívida e melhores perspectivas de crescimento.
Vale lembrar que, no início do ano, a Gol entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com uma dívida de US$ 2,7 bilhões.
As ações da Gol caem 5,50%, negociadas a R$ 1,03.
De acordo com o Bradesco BBI, em breve comentário enviado a clientes, com a situação, é esperado que a Azul acelere as negociações para uma fusão com a GOL, “o que estimamos que poderia criar R$ 10,00/AZUL4 em sinergias”.
“Enquanto isso, a garantia de crédito do Governo Federal por meio de fundos do FNAC poderia ajudar a dar à Azul alívio financeiro de curto prazo”, coloca.
A corretora acredita que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comece a desembolsar linhas de crédito para as companhias aéreas no quarto trimestre.
- O que está mexendo com as bolsas hoje? Assista ao Giro do Mercado ao vivo às 12h para ficar bem informado sobre as melhores oportunidades