Ações da Arezzo (ARZZ3) despencam após anúncio de oferta restrita
As ações da Arezzo (ARZZ3) despencaram nesta quinta-feira (27). Por volta das 14h30, os papéis da varejista caíam 3,70%, cotados R$ 78,88, na contramão do Ibovespa (IBOV), que subia 1,32%, negociado a 112.764 pontos.
Mais cedo, a empresa anunciou a aprovação de uma oferta restrita para captar R$ 615 milhões com a venda de 7,5 milhões de novas ações de emissão da companhia.
Para a analista de varejo da Benndorf, Victoria Minatto, a queda não significa algo necessariamente ruim, mas uma resposta automática ao anúncio de follow-on, que se trata da emissão de novas ações geralmente a um preço abaixo do que o do mercado.
Ou seja, a queda é explicada pela tendência de busca por valores mais baixos no mercado, a fim de baratear o preço da nova oferta de ações.
Novas aquisições
Segundo a companhia, o caixa gerado com as vendas será utilizado para suportar a abertura de lojas, o aumento da capacidade logística, investimentos em tecnologia e novas aquisições.
Após o follow-on inédito, o Valor Econômico veiculou que a companhia estaria interessada em comprar o Grupo Soma (SOMA3), a Centauro ou a Renner (LREN3). A empresa informou ao Money Times, no entanto, que no momento não está negociando as aquisições especuladas.
Como já informado pela Arezzo, a estratégia de aquisições da companhia se baseia na “convicção de que o varejo de moda brasileiro é fragmentado e apresenta uma grande oportunidade de consolidação”.
A Ativa Investimentos afirma que a companhia deve realizar novas aquisições que complementem sua atuação no mercado de moda, como o aumento de sua presença no vestuário feminino.
Bem posicionada
A analista da Benndorf acredita que a Arezzo está bem posicionada para surfar um cenário macro desafiador, de juros e inflação elevados, isso porque seu consumidor tende a sofrer menos com a inflação. “A empresa tende a ter um 2022 muito bom”, completa.
Minatto ainda destaca que a companhia vem expandindo seu portfólio, focando também no comércio de vestuário. Com uma gestão forte apoiada pelas últimas aquisições, a Arezzo “vem forte neste ramo para brigar com o Grupo Soma”.
Apesar do cenário positivo, a analista reitera a recomendação neutra da Benndorf para os papéis. Minatto ressalta que a ação está sendo negociada a um preço elevado e que outras empresas do setor estão negociando a múltiplos mais atrativos.
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