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Ações da Americanas (AMER3) caem 16% na Bolsa; no mês, alta acumulada supera 100%

21 nov 2024, 12:05 - atualizado em 21 nov 2024, 18:30
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Ações da Americanas operam em queda na B3 nesta quinta-feira (21) (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Provando que tudo que é bom pode durar pouco, a disparada da Americanas (AMER3) deu lugar a queda de mais de 16% nesta quinta-feira (21).

As ações caíram 16,70%, a R$ 7,58 e zeraram os ganhos da semana. Apesar disso, os papéis da varejista acumulam ganhos de quase 105% no mês.



No fim da última semana e no início desta, AMER3 se tornou um foguete, chegando a disparar 180% após a divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24).

A varejista, em recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões, mostra balanço divulgado na última semana. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.

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O resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais. No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.

“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts [redução no valor original da dívida negociada com os credores] gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, disse a Americanas.

Nos dias seguintes, a companhia engatou novas altas, chegando avançar 90%.

Na máxima da terça-feira (19) pré-feriado, o papel chegou a saltar 21,53%, a R$ 11,57. No entanto, o movimento arrefeceu para um avanço de 6,51%, a R$ 10,14, por volta de 12h50 e a companhia encerrou o dia em leve queda — que se acentuou nesta quinta.

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Americanas está no caminho da melhora?

Mesmo em meio ao barulho da disparada das ações e ao balanço, entre bancos e corretoras, há silêncio, desde que a Americanas saiu da cobertura de diversos analistas após vir à tona a fraude contábil que levou ao processo de recuperação judicial.

Ao Money Times, Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, ponderou que a euforia dos últimos dias se deu pela perspectiva de que a companhia estaria fazendo uma guinada positiva na operação, com foco em reduzir o endividamento e manter o lucro trimestral.

“O short squeeze também ajuda, pois muitos investidores têm posições vendidas, apostando na continuidade da queda, e precisam ‘soltar’ a posição na medida em que o preço sobe”, coloca.

Após a divulgação do balanço, Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, chamou atenção para o efeito da renegociação de dívida que a companhia conseguiu.

“Apesar dessa euforia com o resultado da Americanas, tem uma questão que é a novação de dívidas, que nada mais é do que uma rolagem, quando renegocia e alonga o pagamento. Sem considerar esses efeitos, na verdade, o resultado não seria tão expressivo assim”.

A analista não demonstra grande otimismo com a varejista, destacando que o atual cenário é desafiador para o varejo e que não é só esse sinal — de lucro no balanço — que indica recuperação da companhia.