Ações da Americanas (AMER3) caem 16% na Bolsa; no mês, alta acumulada supera 100%
Provando que tudo que é bom pode durar pouco, a disparada da Americanas (AMER3) deu lugar a queda de mais de 16% nesta quinta-feira (21).
As ações caíram 16,70%, a R$ 7,58 e zeraram os ganhos da semana. Apesar disso, os papéis da varejista acumulam ganhos de quase 105% no mês.
No fim da última semana e no início desta, AMER3 se tornou um foguete, chegando a disparar 180% após a divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24).
A varejista, em recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões, mostra balanço divulgado na última semana. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.
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O resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais. No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.
“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts [redução no valor original da dívida negociada com os credores] gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, disse a Americanas.
Nos dias seguintes, a companhia engatou novas altas, chegando avançar 90%.
Na máxima da terça-feira (19) pré-feriado, o papel chegou a saltar 21,53%, a R$ 11,57. No entanto, o movimento arrefeceu para um avanço de 6,51%, a R$ 10,14, por volta de 12h50 e a companhia encerrou o dia em leve queda — que se acentuou nesta quinta.
Americanas está no caminho da melhora?
Mesmo em meio ao barulho da disparada das ações e ao balanço, entre bancos e corretoras, há silêncio, desde que a Americanas saiu da cobertura de diversos analistas após vir à tona a fraude contábil que levou ao processo de recuperação judicial.
Ao Money Times, Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, ponderou que a euforia dos últimos dias se deu pela perspectiva de que a companhia estaria fazendo uma guinada positiva na operação, com foco em reduzir o endividamento e manter o lucro trimestral.
“O short squeeze também ajuda, pois muitos investidores têm posições vendidas, apostando na continuidade da queda, e precisam ‘soltar’ a posição na medida em que o preço sobe”, coloca.