Ações compensatórias por conservação da Amazônia são iguais a criança comendo mingau, pelas beiradas
O trabalho de conservacionismo na Amazônia Legal é como criança comendo mingau, pelas beiradas, devagarzinho. A diferença é que se o prato chega ao final, com ajuda das mães, a recuperação da floresta parece não ter fim e depende de vários estágios somados de ações de diferentes alcances.
Os mais recentes conhecidos vêm do Projeto Conserv, que paga cerca de R$ 300 por hectare conservado, fora dos limites da reserva do Código Florestal, e do Programa Imersão Agroflorestal, que está selecionando profissionais para carreiras de conservação em integração produtiva.
O primeiro é de autoria do Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (Ipam), que informa ter aumentado em sete o número novos contratos (do Leste e Oeste do MT), somando 16 propriedades com mais de 14 mil hectares de reservas privadas que poderiam ser suprimidas por lei, mas não o são. Os recursos chegam de fundos ambientalistas da Holanda e Noruega.
O Ipam não detalhou os valores, mas em julho de 2021 a Liga do Araguaia informava ao Money Times que a média é de R$ 300, variando de acordo com o bioma, nível de conservação, perfil do manejo e sistema produtivo.
A Liga é um agrupamento de produtores do Leste do Mato do Grosso comprometidos com práticas de sustentabilidade da pecuária intensiva e desenvolve vários projetos em parceria com instituições e empresas, entre os quais o Conserv.
Já o outro programa de apoio à contenção do desmatamento amazônico é mais modesto, o de Imersão Agroflorestal, mas representa bem a metáfora do mingau e como as pequenas ações podem ir se somando, ou às maiores, até que a contaminação pela produção em integração ambiental mostre resultados mais duradouros.
É da greentech Floresta S/A, que vai selecionar dois profissionais, de áreas afins, para um programa de cinco meses, com opção de contração ao final, ganhando aquela soma de R$ 15 mil (R$ 3 mil mensais), mas casa, comida e transporte.
A startup, especializada em produção consorciada à mata nativa, que regenera o ecossistema, é acelerada pela Amaz, e avisa que as inscrições vão até 12 de maio e os dois selecionados darão a largada no projeto em 4 de julho.