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A pechincha, a top pick e a descontada: Bradesco BBI reforça compra de 3 ações do agronegócio

04 out 2024, 12:34 - atualizado em 04 out 2024, 12:34
ações bradesco agronegócio (1)
Apesar do otimismo para ações do setor, o banco mantém uma posição neutra para dois papéis pela falta de gatilhos no curto prazo (iStock.com/sarymsakov)

O Bradesco BBI, em relatório semanal, revisou suas teses para ações do agronegócio. Apesar de manter uma recomendação neutra para SLC Agricola (SLCE3) (preço-alvo e potencial de alta de 23,46%) e São Martinho (SMTO3(preço-alvo e potencial de alta de 16,58%), o banco recomenda compra de 3 ações: 3tentos (TTEN3), Boa Safra (SOJA3) e Jalles (JALL3).

A 3tentos (preço-alvo de R$ 18 e potencial de alta de 63,49%) é a top pick (ação favorita) dentro da cobertura do banco, que estima uma taxa média de crescimento anual para o lucro líquido entre 2024-27 de 24%, 6p.p. acima da média do setor), mais do que justificando o P/L 2025 de 11,1x, 16% acima do setor.

“O ROIC (retorno sobre capital investido) também deve retornar a 17% até 2027, 3,5p.p. acima do setor, e isso antes que o atual ciclo de investimento amadureça totalmente”, apontam Henrique Brustolin e José Ricardo Rosalen.

A pechincha e a ação descontada

Já o P/L para 2025 normalizado de 6,3x da Boa Safra (preço-alvo de R$ 20 e potencial de alta de 71,53%) torna a ação mais barata do setor (34% de desconto), embora as oportunidades de crescimento além disso permaneçam firmes, disse o Bradesco BBI.

“Acreditamos que volumes mais fracos do que o inicialmente esperado este ano já estão precificados (SOJA3 negociando a 8x o múltiplo P/L para 2024 significa um desconto de 17% para o setor), e cumprir nossas expectativas de lucros deve ser um importante evento de redução de risco”, explicam.

Para a Jalles (preço-alvo de R$ 10 e potencial de alta de 55,76%), o banco projeta que a produtora de açúcar e etanol entregue um CAGR (taxa média de crescimento anual ponderado) para o EBIT entre 2025-28 de 7% à medida que o retorno dos investimentos amadurecem, traduzindo-se em um desconto de 29% para a São Martinho com base nos múltiplos finais do ano fiscal de 2028.

“Vemos um retorno atraente à medida que os múltiplos se contraem, o que também deve ser ajudado pelos preços elevados do açúcar e pelo aumento do mix de produção”, completam.

Bradesco vê falta de gatilho no curto prazo

De acordo com o Bradesco BBI, a recomendação neutra para as ações da SLC e São Martinho não têm a ver com a qualidade das empresas, mas sim com a falta de gatilhos no curto prazo.

“Vemos ambas as empresas oferecendo rendimentos FCFE (fluxo de caixa do acionista) de um dígito alto no próximo ano fiscal, o que deve limitar o potencial de queda, mas não necessariamente se traduzir ainda em uma proposta de valor mais forte”.

 

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.