Aceleração da dívida e desafio de cumprir o arcabouço fiscal são principais riscos no Brasil, diz Inter
Para o Inter, a aceleração na dívida pública e o desafio de cumprir o arcabouço fiscal seguem como os principais riscos no cenário macroeconômico brasileiro. A casa, inclusive, elevou o patamar da Selic final para 11,75% e manteve a mente aberta para um potencial ciclo maior, devido justamente ao risco de dominância fiscal.
A economista-chefe, Rafaela Vitória, diz que, apesar do governo anunciar revisões de gastos para 2025, a estimativa entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões foi recebida com bastante ceticismo pelo mercado.
Em paralelo, outras áreas do governo seguem com propostas que aumentam gastos e criam subsídios parafiscais, destaca.
Para cumprir a meta em 2024, a economista afirma que o gasto fiscal nos últimos três meses de 2024 deve ter uma queda aproximada de 6% em relação à média dos últimos 12 meses — “o que já pode trazer uma sinalização melhor, além de reduzir o impulso fiscal”.
Ainda assim, o ano deve encerrar com despesas R$ 400 bilhões superiores a 2022, um crescimento de 17,9% para 19,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
As expectativas para o fiscal em 2025
Para 2025, a previsão do Inter é de um crescimento dentro do limite do arcabouço, 2,5% acima da inflação. No entanto, com a provável reprovação das medidas de aumento de arrecadação, o déficit estimado pode chegar a R$ 110 bilhões, ou 0,9% do PIB.
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“Com o alto custo da dívida e despesas de juros acima de 7% do PIB, a aceleração da dívida/PIB deve continuar e ultrapassar 81% no próximo ano”, afirma.
A economista ressalta que uma contenção mais significativa do crescimento dos gastos e a volta do debate da desvinculação de despesas às receitas ainda são pontos fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e a redução dos juros no Brasil.