Ação ‘top pick’ no setor de construção que já se valorizou 56% e pode subir mais 30% em 2025, segundo o Safra

O Banco Safra atualizou as suas estimativas e aumentou o preço-alvo da construtora Cury (CURY3) de R$ 29 para R$ 34 por ação, ao final de 2025. Isso representa um potencial de valorização de aproximadamente 28%, com base no valor da ação no fechamento de ontem (14).
O papel é a escolha principal da casa no setor de construção como “top pick”.
O ajuste vem após a prévia operacional do primeiro trimestre do ano e as novidades no programa habitacional popular Minha Casa Minha Vida, que aumentou o teto das faixas de renda e adicionou a Faixa 4.
Na visão dos analistas, a Cury está em uma posição única para continuar elevando seus lançamentos sem aumentar os riscos de execução, ao mesmo tempo em que se destaca como uma das principais beneficiárias de uma nova rodada de incentivos.
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“Atualmente, cerca de 30% das vendas da companhia ocorrem fora do programa MCMV — porcentual que deve cair para cerca de 5% com a implementação da Faixa 4. Os novos incentivos podem se tornar mais um motor de crescimento para a Cury, sustentando preços médios de venda mais altos sem aumento nos riscos ligados à construção”, apontam os analistas.
Além disso, o Safra pondera que os riscos no curto prazo para a empresa são limitados, já que as preocupações com inflação da construção (INCC) diminuíram, refletindo uma melhor perspectiva para os custos de insumos, impulsionada por um real mais forte e pela queda nos preços do aço. Os dados anualizados apontam para uma inflação de 6%, abaixo dos 7,3% dos últimos 12 meses.
A ação, no entanto, não é um tipo de joia escondida na bolsa. Somente durante este ano, os papéis já se valorizaram 56%, contra uma alta de 8% do Ibovespa. Entre as ações do mesmo setor, a Cury lidera as altas.
Os analistas avaliam que, na média das outras construtoras do segmento, a ação está com um preço mais alto em relação ao lucro da companhia, mas entendem que o valor se justifica pelos sólidos fundamentos e pelo destaque da empresa mesmo em um cenário econômico instável.
“Acreditamos que a Cury continua sendo o melhor veículo para exposição ao programa MCMV, com um dividend yield adicional de 16% até o final de 2026 e uma relação de preço e lucro ainda atrativa”, destacam.
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O Safra, porém, não descarta os riscos. O banco avalia que é necessário ficar atento a três pontos principais:
- À inflação da construção, para que não venha acima do esperado e pressione margens, já que as parcelas de financiamento associativo não são ajustadas pelo INCC;
- A possibilidade de desembolsos maiores no FGTS devido à melhora nas condições do MCMV, podendo gerar escassez de recursos;
- E o aumento da taxa de desemprego, reduzindo a capacidade de pagamento das famílias e os novos depósitos no FGTS, que sustentam o programa.