Ação do varejo queima 80% desde IPO e segue pouco atrativa, segundo banco; entenda o porquê com 4 motivos
Uma das tantas empresas do boom dos IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) em 2020 e 2021, a Petz (PETZ3) viu suas ações queimarem 80,8% desde sua estreia na bolsa brasileira.
A companhia, por estar inserida no setor de varejo, não escapou do aperto do ciclo de alta dos juros no Brasil. Para um papel que disparou quase 22% no primeiro dia de negociação na B3, a R$ 16,75, hoje, PETZ3 vale R$ 3,21.
A questão é que, mesmo com o início de flexibilização monetária em agosto do ano passado, analistas seguem cautelosos em relação à empresa.
O Itaú BBA retomou a cobertura do nome com recomendação de “market perform” (desempenho esperado em média com a linha do mercado, equivalente a neutro). O preço-alvo ao fim de 2024 é de R$ 3,90, o que, pela cotação atual, implica em potencial de valorização de 21%.
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O banco levanta quatro motivos para ter adotado tal postura:
- deterioração dos fundamentos, como a perda de participação na carteira para gastos com cuidados para pets e uma competição mais acirrada;
- tendências operacionais mais fracas, na esteira de um declínio de rentabilidade desde o IPO;
- valuation salgado de 23 vezes P/L (Preço/Lucro) para 2024 (ou 15 vezes P/L para 2025); e
- extenso caminho antes de os retornos alcançarem o custo de capital.
“Visto que as tendências top-down provavelmente permanecerão fracas e as vendas digitais têm sido o principal motor de crescimento no mercado, não descartamos que a deterioração da produtividade e da margem bruta afetará os retornos”, afirma a equipe de análise setorial de Consumo do BBA, em relatório desta semana.
Espere um ponto de entrada melhor com PETZ3
Para 2024, o BBA ainda não prevê um ponto de inflexão concreto para a Petz. A própria empresa já sinalizou que não enxerga seus fundamentos estruturais melhorando este ano, apesar da melhora do ambiente macro para o setor de varejo diante da queda das taxas dos juros.
Na avaliação do BBA, a Petz provavelmente priorizará rentabilidade e fluxo de caixa sobre crescimento, o que sugere que o ritmo de abertura de lojas vai desacelerar e as lojas já abertas ficarão menores.
Levando esses fatores em consideração, o BBA espera que o ROIC (retorno sobre o capital investido) permaneça abaixo do custo de capital da companhia nos próximos anos.
“Considerando os níveis atuais de preço da ação, esperaríamos por um ponto de entrada melhor”, completam os analistas.