Ação do Pão de Açúcar (PCAR3) dispara quase 25% após gestora ligada a Tanure aumentar participação na varejista
As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) engatam o segundo dia de ganhos consecutivos e figuram, mais uma vez, entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (16).
Por volta de 12h20 (horário de Brasília), os papéis PCAR3 registravam avanço de 18,14%, negociados a R$ 2,80. Na máxima do dia, as ações dispararam 24,05%, atingindo R$ 2,94. Acompanhe o Tempo Real.
Dessa vez, a forte valorização das ações do Pão de Açúcar é impulsionada pela notícia de que a Reag Trust Administradora de Recursos aumentou a posição na varejista.
Segundo o comunicado ao mercado, divulgado na manhã desta segunda-feira (16), a gestora atingiu 9,56% de participação na companhia, por meio de fundos de investimentos, totalizando 27.902.597 ações.
A Reag informou que “não tem a intenção de participar nas próximas deliberações de eleição do Conselho de Administração e Diretoria” do Grupo Pão de Açúcar.
O movimento acontece em meio a rumores de que o investidor Nelson Tanure, que possui “supostamente” ligações com a Reag, está interessado em um potencial fusão entre a rede de supermercados Dia e o Grupo Pão de Açúcar.
A intenção de Tanure, segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico, é criar uma “corporation” — empresa sem um único dono ou acionista controlador — do segmento de varejo alimentar.
Potencial fusão entre GPA e Dia
Os rumores de uma eventual fusão entre o Dia e o GPA surgiram na última sexta-feira (13) após a confirmação de que Nelson Tanure se tornou o novo controlador da rede de supermercados Dia, que enfrenta recuperação judicial desde março deste ano.
No dia, PCAR3 subiu 4,87%, negociado a R$ 2,37, e fecharam como a maior alta do pregão, apesar da escalada da curva de juros. Na máxima da sessão, as ações chegaram a avançar 10,62%, atingindo R$ 2,50.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o empresário enviou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) uma notificação informando que a assumirá o controle do Dia por meio do Fundo de Investimento Multimercado Arila — que detém o fundo de investimento Lyra II, atual controlador da rede.
Além disso, Tanure iniciou consultas ao Cade sobre a combinação de negócios. Caso a instituição dê o aval, o pedido de fusão entre as empresas pode ser formalizado no primeiro trimestre de 2025, segundo fontes ouvidas de Bloomberg. Mas, até o momento, nenhum comunicado oficial sobre a operação foi divulgado pelo Cade.
No entanto, antes de qualquer avanço, a rede Dia precisa concluir o processo de recuperação judicial — com encerramento também previsto para 2025.