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Ação do Magazine Luiza já subiu o que tinha para subir

10 fev 2021, 21:48 - atualizado em 10 fev 2021, 22:20
Magazine Luiza MGLU3
Para a Ativa Investimentos, as ações do Magazine Luiza já não tem mais para onde crescer (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A ação do Magazine Luiza (MLGU3) é uma das queridinhas do mercado. Entre os fatores que explicam essa fama, está o crescimento impressionante de 6000% dos papéis nos últimos três anos. Mas por quanto tempo a empresa será capaz de sustentar essa alta?

Na visão da Ativa Investimentos, as ações do Magazine Luiza já não tem mais para onde crescer.

“A recente valorização da ação já precifica a continuidade do crescimento de market-share e a captura de ganhos da integração de canais, o que se reflete em seus múltiplos esticados e sustenta nossa visão neutra para a companhia”, afirma Pedro Serra, que assina o relatório.

O preço-alvo para os papéis da varejista é de R$ 26.

Receita para o sucesso

O analista destaca que o crescimento da empresa está fundamentado em quatro aspectos: crescimento exponencial, novas categorias, superapp e entregas mais rápidas.

Nos últimos anos, o Magalu ampliou seu leque de portfólio, com aquisições como Época Cosméticos, Zattini (moda), Netshoes (artigos esportivos) e Estante Virtual.

Dessa forma, a varejista criou um ecossistema de aplicativos (superapp) que abrange ainda o MagaluPay (conta digital para pessoa física) e o Cartão Luiza, agregando serviços financeiros e novas funcionalidades ao app, que responde por mais de 40% das vendas do e-commerce e possui maior taxa de conversão de vendas.

“A integração dessas operações com o modelo multicanal da companhia gera ganhos de sinergia e a reabertura das lojas físicas após o auge da pandemia permitiu a expansão do sistema de Retira Loja para o marketplace, o que, juntamente com a evolução da Logbee e do ship from store, tornam as entregas mais rápidas e com menor custo logístico”, afirma.

Essa estratégia permitiu à empresa sair na frente em relações às concorrentes.

Segundo Serra, os ganhos do conceito omnichannel mais do que compensam a menor margem do e-commerce (em relação às lojas físicas) e permitiram à companhia uma posição de destaque, sendo a única varejista a ter um crescimento exponencial no segmento, com lucro e geração de caixa desde do terceiro trimestre de 2017.

Riscos

Apesar da expansão, a empresa possui alguns riscos  no seu modelo de negócios, como a competição de players estrangeiros, que estão investindo em capacidade de operação logística, desaceleração do e-commerce em 2021, após um crescimento muito acelerado em 2020, e impactos do fim ou redução do auxílio emergencial na demanda por itens eletroeletrônicos.