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Ação do Magazine Luiza negociada por 100 vezes o lucro está cara?

24 jul 2020, 14:45 - atualizado em 24 jul 2020, 14:54
Magazine Luiza MGLU3
Força: ação do Magazine Luiza foi uma das que mais subiram (Imagem: Divulgação/ Magazine Luiza)

Investidores mais experientes costumam aproveitar grandes momentos de crise para buscar as pechinchas do mercado – ações de boas empresas, mas negociadas muito abaixo de seu preço justo. Mas, o que dizer, quando um papel é negociado por quase 100 vezes seu lucro? Vale a pena comprá-lo? E, se essa ação for do Magazine Luiza (MGLU3)?

É esta questão que a Reach Capital abordou, num extenso relatório a clientes. A gestora observa que os papéis do Magazine Luiza foram um dos que mais se valorizaram nos últimos anos, e admite que avaliar uma empresa com esse perfil é desafiador.

“É muito difícil avaliar uma companhia que cresce tão rapidamente, e que demanda pouco capital para aumentar suas vendas”, afirma o relatório, que acrescenta: “em 2015, por exemplo, muitos se perguntavam se a Amazon, que negociava a quase 1000x lucro, era cara, desde então as ações subiram 6,5x.”

Reação exagerada

A comparação com a Amazon não é gratuita. O principal motivo do otimismo do mercado com a varejista brasileira é a sua rápida expansão no e-commerce, acelerada ainda mais pela pandemia de coronavírus, que forçou o fechamento das lojas físicas.

A Reach lembra que, no início da pandemia, considerava exagerada a assimetria entre risco e retorno embutida nos papéis do Magazine Luiza, num cenário que incentivava o crescimento das vendas online.

Amazon AMZO Empresas
Inspiração: há cinco anos, Amazon era negociada por quase 1 mil vezes o lucro (Imagem: Reuters/Mike Segar)

“Posteriormente a companhia informou que as vendas online cresceram 200% no mês de maio, confirmando nossa tese”, aponta.

Outra razão para a Reach gostar da ação é que o crescimento da empresa “viabiliza maiores margens pela diluição dos custos fixos de gestão e tecnologia que são escaláveis, ainda mais num business de plataforma”.

A gestora reconhece que ainda é difícil prever em que patamares, as margens vão se estabilizar, mas acredita que “não seria impossível pensar numa margem ebitda indo para níveis entre 10% e 20%)”.

E prossegue: “hoje a companhia precifica um cenário de crescimento de 5X de receita nos próximos 10 anos com uma margem de 12% na perpetuidade”.

A Reach afirma que reduziu, recentemente, a exposição ao Magazine Luiza, mas ressalta que continua confiante em seu potencial. “Julgamos que, conforme a companhia for entregando os resultados, a tese de longo prazo ficará cada vez mais evidente aos investidores, que atribuirão mais valor às ações”, diz.

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