Comprar ou vender?

Ação do Itaú é o melhor porto seguro que você pode encontrar agora

11 maio 2020, 14:57 - atualizado em 11 maio 2020, 14:57
Itaú Unibanco ITUB4
Os múltiplos das ações são atraentes, mesmo negociando a 12,4 vezes o preço sobre o lucro, acima dos outros bancos (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Ter um pouco de ações do Itaú Unibanco (ITUB4) pode significar uma quase certeza de que você possui parte dos seus investimentos “seguros” em 2020. E, além disso, elas ainda podem ser consideradas baratas, avalia o banco Safra em um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (11) e obtido pelo Money Times.

“Em um ambiente de incerteza e volatilidade no mercado de ações, acreditamos que o Itaú ainda é uma boa opção de investimento, dado o perfil atraente de risco-retorno, combinando forte posição no balanço, com histórico e execução”, escrevem os analistas Luis Fernando Azevedo e Silvio Dória.

Segundo eles, os múltiplos das ações são atraentes, mesmo negociando a 12,4 vezes o preço sobre o lucro (P/L) e a 1,6 vez o preço sobre o valor patrimonial (P/VP), ambos acima de seus principais pares.

“Consideramos esse nível atraente. Todos os setores bancários estão negociando com grande desconto do nível histórico e o Itaú não é diferente, sendo avaliadas com aproximadamente 33% de desconto em relação à média de 5 anos do P/VP. Além disso, o perfil risco-retorno do Itaú reforça nossa visão otimista do nome”, ressaltam.

É por isso que a compra das ações ainda é recomendada, mesmo com o corte no preço-alvo de R$ 43 para R$ 32.

Santander e Itaú SANB11 ITUB4
O efeito da crise do coronavírus, que pode ser devastador para algumas empresas, também pode chegar ao Itaú em algum momento (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Riscos

“Ainda não sabemos quanto tempo serão adotadas medidas de distanciamento social para combater a propagação do coronavírus e seus efeitos na economia (aumento na inadimplência e pressão sobre as receitas). No entanto, num cenário de bloqueio econômico (que ocorreu apenas em alguns estados brasileiros), podemos ver efeitos devastadores para as empresas e o Itaú pode ser afetado em algum momento”, ponderam Azevedo e Dória.

O risco de deterioração no cenário político, com possíveis atrasos nas reformas estruturais, pode contribuir para aumentar a volatilidade do prêmio de risco país (e outras variáveis) que podem impactar o custo de capital, destacam.

Outros riscos, mais relevantes a longo prazo, são a concorrência das fintechs.

“Ela pode levar a pressões sobre tarifas e spreads), mudanças regulatórias e aumento de impostos (como poucos congressistas defendiam), e o impacto da digitalização na dinâmica do modelo de negócios dos bancos e em sua rentabilidade”, concluem.

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