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Ação do Inter (INBR32) mesmo após lucro recorde em 2024; o que dizem os analistas?

06 fev 2025, 12:20 - atualizado em 06 fev 2025, 14:56
inter
Os papéis do Inter chegaram a cair cerca de 2% em Nasdaq e na B3 na primeira hora do pregão; o banco reportou lucro recorde em 2024 (Imagem: Divulgação/Inter)

As ações do Inter (INTR; INBR32) começaram as negociações desta quinta-feira (6) em forte queda nas bolsas dos Estados Unidos e do Brasil, em relação ao balanço do quarto trimestre (4T24) e consolidado do ano passado — mas recuperaram as perdas e firmaram alta. 

Os papéis listados em Nasdaq, sob o ticker INTR, saltaram quase 7% logo após os resultados no pré-mercado. Na segunda parte da sessão em Wall Street, INTR chegou a subir mais de 4%. 

Na B3, os recibos de ações (BRDs) INBR32 chegaram a cair quase 4% — mesmo após o banco digital reportar o maior lucro da história em 2024. Por volta de 11h15 (horário de Brasília), INBR32 caía 3,92%, a R$ 29,69. Mas ao longo do pregão, os papéis pegaram tração e superaram alta de 3%. 



Os números do Inter 

O Inter registrou um lucro líquido de R$ 295 milhões no 4T24, avanço de 84,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano de 2024, o lucro líquido foi de R$ 973 milhões, três vezes maior do que em 2023 e recorde para a companhia. 

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi de 13,2% no trimestre, acima dos 11,9% registrados no trimestre anterior e de 8,5% no quarto trimestre de 2023.

Já a margem financeira líquida (NIM) foi de 9,7% no quarto trimestre, ante 9% no mesmo período de 2023.

O banco ainda anunciou o pagamento de dividendos de US$ 0,08 por ação — um rendimento de 1,5%. 

Balanço foi positivo, na visão do mercado

Na avaliação dos analistas, o balanço do Inter foi positivo.

Para a XP Investimentos, o banco está bem posicionado entre os neobanks (bancos digitais), com uma carteira de crédito diversificada e métricas de qualidade de ativos em contínua evolução positiva.

Já o Itaú BBA afirma que resultados foram bons, mesmo com um crescimento mais lento do que o esperado na carteira do cartão de crédito ao consumidor, um declínio na receita bruta de juros para cartões e uma menor conversão de lucros em patrimônio líquido.

No geral, os números do banco confirmaram que o Inter está no “caminho certo” para atingir um ROE de aproximadamente 15% em 2025, avalia o analista Pedro Leduc. O Itaú reiterou a recomendação de compra para os papéis INTR, com preço-alvo de US$ 5,38 — uma potencial alta de 40,1% até o final do ano, na comparação com o preço de fechamento da véspera (5). 

Os analistas do Citi consideram que o Inter registrou um trimestre “muito forte” com qualidade de ativos controlada, melhor engajamento e receitas mais fortes. O banco manteve a recomendação de compra com preço-alvo de US$ 7,80 — o que representa uma valorização de 47,7% sobre o preço de ontem.

O que desagradou?

Para o Goldman Sachs, o ROE do Inter melhorou puxado pelo crescimento da margem financeira (NIM). 

Mas os analistas chamaram atenção para o lucro antes dos impostos (Ebit), que cresceu 16% na comparação trimestral 14% abaixo das estimativas do banco e 7% menor que o esperado pelo consenso — já que a alíquota efetiva de imposto permaneceu baixa em 13,3% (de 11,5% no 3T24). 

“O crescimento do crédito ficou ligeiramente abaixo da nossa expectativa, mas a empresa continuou a mostrar qualidade de ativos e crescimento da linha superior saudáveis, impulsionados por melhores NIMs”, escreveram os analistas Tito Labarta e equipe. 

Eles ainda afirmam que o Ebit ficou abaixo do esperado devido a despesas (opex) mais altas — o que explica a queda das ações nesta quinta-feira (6). 

“Embora as tendências de receita tenham sido saudáveis, as despesas ficaram aquém pelo terceiro trimestre consecutivo, e a perda antes dos impostos pode ser recebida negativamente pelo mercado”, 

O banco manteve a recomendação de compra com preço-alvo de US$ 8 — o que representa um potencial de valorização de 51,5% sobre o preço de fechamento da véspera (5) em Nasdaq. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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