Ação do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) cai quase 5%; por quê?
As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) aceleraram as perdas na segunda parte da sessão desta segunda-feira (13) e figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV).
PCAR3 encerrou as negociações com baixa de 4,71%, a R$ 2,63 — na mínima do dia. E o motivo por trás é a revisão da recomendação do papéis pelo Bank of America (BofA).
O banco rebaixou a recomendação de neutra para venda (underperform) e cortou o preço-alvo de R$ 2,60 para R$ 1,80 — o que representa um potencial de desvalorização de 34,8% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (10).
Por que o BofA rebaixou GPA?
Na avaliação do BofA, os analistas consideraram a concorrência, nível de endividamento (alavancagem) e o risco de contingência da companhia.
O GPA tem enfrentado uma concorrência crescente em suas áreas de atuação, à medida que as operadoras regionais se expandem e os consumidores sensíveis a preços migram para alternativas mais baratas de varejistas de atacado (cash and carry).
O banco também destaca que a empresa detém cerca de R$ 3,7 bilhões em dívida bruta, além de R$ 15 bilhões em contingência “possíveis e prováveis”.
“O Pão de Açúcar também tem lutado para obter novos acordos de contingência fiscal favoráveis, e uma ordem federal recente colocando um back-stop [apólice de seguro] na antiga afiliada, Assaí, pode limitar os incentivos de liquidação do governo”, escreveram os analistas, em relatório.
O banco também reduziu as projeções de lucro por ação (EPS, na sigla em inglês), com a avaliação de que a perda de participação do GPA no mercado para rivais com preços mais agressivos e as taxas de juros elevadas continuam a pressionar a lucratividade geral.
O BofA projeta um prejuízo de R$ 1,30 por ação em 2025, ante a expectativa anterior de R$ 0,98. Para o ano seguinte, o banco estima um prejuízo de R$ 0,25 por ação, contra o lucro de R$ 0,05 projetados anteriormente.