Ação do Grupo Multi desaba após prejuízo no 4º tri e prognóstico negativo para 1º tri
As ações do Grupo Multi desabavam nesta quarta-feira, para novas mínimas históricas, após divulgar prejuízo de 205 milhões de reais no quarto trimestre, com o presidente-executivo da companhia também enxergando um primeiro semestre complicado, afetado ainda pela migração para o novo sistema ERP.
“Os prejuízos da migração de sistema, tangíveis e intangíveis, são incalculáveis e serão sentidos no 1º trimestre de 2023, bem como, em muito menor escala, no 2º trimestre. Após isso, teremos uma empresa bem mais organizada e fluida do que havia antes”, afirmou Alê Ostrowiecki.
De acordo com o executivo, apesar de todos os preparativos para a substituição do sistema ERP (software de gestão empresarial), “nada se compara ao dia D, quando se vira a chave e, de início, a empresa inteira fica travada”.
Ele afirmou que o mês de janeiro foi inteiramente dedicado a faturar “a fórceps e a conta gotas” os poucos pedidos, com fevereiro, apesar de ter evoluído bem, ainda ficando muito longe do mínimo aceitável, enquanto março está sendo o mês da estabilização.
“No curto prazo, estamos passando por turbulências importantes antes do céu se abrir”, acrescentou, no material de divulgação do balanço, no qual também elencou uma série de medidas que estão sendo adotadas para lidar com o que ele chamou de “tempestade” na qual a Multi se encontra no centro.
Às 12:25, os papéis caíam 26,55%, a 1,66 real, entre os piores desempenhos do índice Small Caps, que perdia 0,73%. No pior momento, as ações chegaram a 1,6 real.
No quarto trimestre, a receita líquida da Multi caiu 11,8% ano a ano, para 1,1 bilhão de reais, com as despesas com vendas crescendo 39,9% e as despesas gerais e administrativas aumentando 66,5%.
O resultado operacional medido pelo Ebitda ficou negativo em 150,4 milhões de reais, ante desempenho positivo de 153,5 milhões de reais um ano antes.
A empresa atua no desenvolvimento, fabricação, distribuição, venda e pós-venda de diversos produtos de bens de consumo, em áreas como tablets, smartphones, chips de memória, acessórios de informática, eletroportáteis, utensílios domésticos, produtos automotivos, entre muitas outras.
Em 2022, o lucro líquido despencou 88,4%, para 90 milhões de reais, com o Ebitda caindo 70,1%, para 244,5 milhões de reais, com declínio de 11,3 pontos percentuais na margem Ebitda, para 5,6%.
A receita líquida caiu 9,5% e a margem bruta passou de 28% em 2021 para 25,9% no ano passado.
“Fechamos o ano em um patamar pior do que o esperado”, afirmou Ostrowiecki.