Ação do Grupo GPS, que terceiriza serviços, já disparou 36% e pode entregar muito mais
Recém-chegada à Bolsa, o Grupo GPS (GGPS3) já arranca elogios de analistas do Itaú BBA, que iniciou a cobertura das ações da empresa.
Única companhia do setor com capital aberto, a GPS atua na prestação de serviços para outras empresas, a chamada terceirização, que ganhou força no Brasil desde a promulgação da Lei 13.429, sancionada em 2017 e que regulamentou a atividade no país.
A corretora estabeleceu em R$ 23 o preço por ação, o que implica potencial de valorização de 33%, e recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado).
Desde que estreou na Bolsa em abril, os papéis da GPS dispararam 36%.
“Como o principal fornecedor de serviços de terceirização de mão-de-obra no Brasil, com presença nacional, o Grupo GPS tem um longo e bem sucedido histórico de melhoria de resultados”, afirmaram os analistas Thais Cascello, Gabriel Rezende, Luiz Capistrano e Mateus Raffaelli.
Para a equipe, a empresa vem proporcionando não apenas alto crescimento do faturamento (tanto orgânico quanto inorgânico), mas também sólidos retornos e geração de caixa.
“Apesar das condições desfavoráveis de curto prazo, particularmente na frente orgânica, vislumbramos uma perspectiva brilhante adiante”, destacam.
Atualmente, a GPS possui 3% do mercado, enquanto as três principais companhias detêm 7% no Brasil, contra cerca de um terço na União Europeia e nos Estados Unidos, por exemplo.
Segundo eles, isso deixa espaço para que a baixa participação de mercado da GPS aumente e também permite que a companhia continue consolidando sua participação por meio de fusões e aquisições.
“Entre seus pontos fortes, destacamos a execução impecável da empresa, estrutura organizacional descentralizada sem paralelo, ciclo de planejamento robusto, vantagem dos custos, uso intensivo de TI que sustenta processos disciplinados, e uma sólida meritocracia”, apontam.
Riscos para monitorar
Na visão do Itaú, há alguns riscos de execução, tanto nas receitas orgânicas quanto inorgânicas, que precisam ser monitoradas.
Além disso, possíveis deteriorações do cenário macroeconômico podem prejudicar os números da GPS.
“Entre os pontos a serem monitorados, destacamos ainda a contingências trabalhistas, uma vez que a GPS está entre os principais empregadores do país e os efeitos potenciais tanto da tecnologia como das reformas trabalhistas e fiscais sobre os serviços de terceirização de mão-de-obra da empresa”, pontuam.
Para ficar de olho: fusões e aquisições
A equipe de analistas também lembra que a prestadora possui 61 empresas no conjunto das fusões e aquisições, com receitas brutas potenciais combinadas dos alvos totalizando R$ 15 a 16 bilhões.
“Monitoraremos a evolução da diretriz das fusões e aquisições e os aumentos potenciais em múltiplos pagos por alvos futuros, mas acreditamos que o fluxo positivo de notícias na frente pode compensar as dificuldades na expansão da receita orgânica durante os próximos trimestres”, argumentam.
Em maio, a GPS adquiriu a empresa Globalização, que presta serviços de limpeza, e a Global Segurança, que fazem do parte do Grupo Global. O valor não foi revelado.