Ação do Cruzeiro do Sul (CSED3) cai mais de 12% em reação ao balanço do 4T24; o que fazer agora?

Os resultados da Cruzeiro do Sul (CSED3) encerraram a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 (4T24), mas sem a ‘chave de ouro’ na avaliação do mercado. Nesta terça-feira (1), as ações da companhia operaram entre as maiores baixas da B3.
CSED3 encerrou o pregão com baixa de 5,53%, a R$ 3,59. Nas primeiras horas do pregão, os papéis chegaram a recuar de 12,11% na mínima do dia. Acompanhe o Tempo Real.
A Cruzeiro do Sul registrou um lucro líquido ajustado de R$ 17,1 milhões no 4T24, um crescimento de 51% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do período somou R$ 162,3 milhões, uma alta 6% sobre o quarto trimestre de 2023. A margem ficou em 24,5%, 1 ponto percentual menor na base anual.
A receita líquida consolidada atingiu R$ 662,7 milhões entre outubro e dezembro, 10,6% superior ao mesmo período de 2023.
A dívida líquida da Companhia terminou o 4T24 em R$ 774 milhões, um aumento de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com a companhia, a alta deve-se ao pagamento e R$ 60 milhões à título de dividendos e do desembolso de R$ 158 milhões para aquisição da FAPI (Centro Universitário de Pinhais)— em junho de 2024.
Cruzeiro do Sul em 2024
Em 2024, o lucro líquido ajustado da Cruzeiro do Sul foi de R$ 186,5 milhões, o que representa um crescimento de 72,5% na base anual. Segundo a companhia, a atualização nas estimativas de inadimplência impactou o resultado em R$ 16,0 milhões.
O Ebitda ajustado alcançou R$ 766,3 milhões, 12,0% superior ao registrado em 2023. A margem ficou em 29,8%, “impactada, principalmente, pelo aumento dos gastos com tecnologia e pela atualização da carteira de recebíveis recorrente”, diz a companhia.
Já a receita líquida atingiu o montante de R$ 2,6 bilhões, um crescimento de 11,8% na comparação com o ano anterior.
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O que desagradou os analistas
Na avaliação do BTG Pactual, os resultados da Cruzeiro do Sul foram mistos.
Pelo lado positivo, a companhia apresentou um crescimento “razoável” de receita líquida e Ebitda ajustado, além de uma sólida geração de fluxo de caixa livre — “levando a uma leve redução da dívida líquida, apesar da sazonalidade desfavorável e acima das nossas estimativas”, diz o relatório.
Já pelo lado negativo, os resultados foram impactados por itens não recorrentes, o Ebitda e o lucro líquido ficaram abaixo das expectativas do banco.
Para a XP Investimento, os resultados também vieram neutros. Os analistas consideram que a alavancagem ainda é um obstáculo para a dinâmica de lucro.
É hora de comprar CSED3?
Apesar dos resultados mistos, o BTG Pactual mantém a recomendação de compra para as ações da Cruzeiro do Sul. O banco tem preço-alvo de R$ 6,50 — o que representa um potencial de valorização de 71% sobre o preço de fechamento da véspera (30).
A visão positiva é sustentada pela combinação de geração razoável de fluxo de caixa livre; alta distribuição de dividendos — com um rendimento (yield) de 10% anualizado, considerando os R$137 milhões a serem pagos referentes a 2024.
Além disso, os analistas consideram que o balanço está menos alavancado e as ações ‘atrativas’.