Ação do Banco do Brasil (BBAS3) não é mais compra para Bradesco; ‘Dividendos vão cair’
O Bradesco BBI passou a tesoura nas recomendações dos papéis de bancos. A corretora vê um cenário mais tumultuado para os próximos meses. Entre as ações, sobrou até para o Banco do Brasil (BBAS3), queridinho de analistas e investidores.
O BBI cortou a indicação de compra para neutra, enquanto o preço-alvo saiu de R$ 57 para R$ 48.
De acordo com a equipe de analistas liderado por Gustavo Schroden, os fundamentos do banco continuam sólidos, enquanto a estatal deverá entregar um ROE (retorno sobre o patrimônio) do mesmo nível dos bancões privados.
“No entanto, devido às maiores incertezas, agora é difícil definir um nível de prêmio de risco justo. Portanto, a nosso ver, o nível de rentabilidade futura dependerá da estratégia a ser adotada pela nova administração federal, que ainda não está clara”, discorre.
Dividendos vão cair?
Para o Bradesco, a taxa de pagamento de dividendos deverá cair de 40% para 35% a 30% neste ano.
“O nível de rentabilidade futura dependerá da estratégia a ser adotada pela nova administração federal, que ainda não está clara”, sustentam.
Ainda assim, os analistas aumentaram as estimativas de receita líquida para 2023 e 2024 em 7,2% e 3,4%, respectivamente, incorporando principalmente maior receita líquida de juros de 8,9% e 5,3%.
Agora, o BBI projeta lucro líquido recorrente de R$ 34,8 bilhões para 2023 (ROE de 20,4%) e R$ 36,0 bilhões para 2024 (ROE de 18,6%), crescimento de 9,4% em 2023 e de 3,3% em 2024.
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Risco das estatais e o Banco do Brasil
Os analistas lembra ainda a mudança da Lei das Estatais aprovada pela Câmara dos Deputados em 14 de dezembro de 2022, que reduz o período de quarentena de 36 meses para 30 dias para pessoas que participaram de campanha política antes de assumir o cargo.
O projeto de lei ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
“Em nossa opinião, a política de nomeação e sucessão do banco é altamente dependente da Lei das Estatais e, embora reconheçamos que outras mudanças potenciais na lei possam reduzir a quantidade de decisões técnicas por parte da administração do banco, também vemos alguma proteção contra modificações mais profundas ao Banco do Brasil em função de sua atual trajetória e políticas estatutárias”, argumentam.