Comprar ou vender?

Ação do Banco do Brasil (BBAS3) está barata. É hora de comprar?

10 fev 2022, 12:09 - atualizado em 10 fev 2022, 12:09
Banco do Brasil
Banco do Brasil tem caído nos últimos anos. É hora de comprar? (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ação do Banco do Brasil (BBAS3) está barata, operando a R$ 31,99 às 11h29 desta quinta-feira (10).

Desde o ano passado, os papéis do BB vêm sendo descontados por uma série de motivos, entre eles a preocupação dos investidores em relação ao principal sócio da instituição: o governo.

Em novembro de 2019, a ação da companhia estava na casa dos R$ 50, passando por uma queda de 36% nos últimos quase três anos, segundo levantamento feito pelo Money Times.

A queda é superior a de outros papéis, como o do Bradesco (BBDC4), que, no mesmo período, caiu cerca de 31%, o Itaú (ITUB3), 30% e o Santander (SANB11), 28%.

Em um vídeo no YouTube no canal da Nord Research, a investidora Louise Barsi, filha do megainvestidor brasileiro Luiz Barsi, afirmou que a ação do BB está descontada neste ano e, portanto, é bastante atrativa para o investidor.

“[a ação do] Banco do Brasil está muito descontada e vai subir bastante na questão de dividendos”, afirmou Barsi.

Em outro vídeo, Barsi defende a ação, afirmando que “ela ainda vai subir”.

“É que o foco não é, inicialmente, na evolução patrimonial. Isso você vai ver ao longo do tempo e vai ser fruto de uma carteira bem solucionada. O método Barsi é você comprar uma boa empresa, com bons preços, e que vá render bons dividendos”, explica. “Nesse momento eu vejo uma grande oportunidade e acho que está barato.”

A mesma opinião é compartilhada por Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

“É um papel que nós gostamos bastante, não é nosso top pick por motivos políticos, ficando atrás do Itaú (ITUB4), mas, de qualquer forma, o banco possui uma carteira de crédito bastante defensiva, com foco bastante robusto no agro, que tende a ser um pouco mais seguro do que quando comparado a pessoas jurídicas e físicas”, explica.

Crespi também afirma que fatores como o “índice de cobertura alto e o provisionamento mais alto entre os grandes bancos” fazem com que a ação seja indicada, em especial para carteiras mais defensivas.

“Vemos bastante potencial de alta e de pagamentos de dividendos para este ano, eu diria que ficará entre os melhores do setor financeiro, e a nossa recomendação é de compra”, continua.

O preço-alvo da Guide é de R$ 40 para o papel.

Já para a XP Investimentos, o valor é mais alto, sendo que o preço-alvo observado pela gestora é de R$ 52,00, com indicação de compra.

“Atualmente negociando a 0,6x P/VP 2021, o mercado assume R$ 45 bilhões em destruição de valor, enquanto o banco entregou um Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 17% em 2019 e deve entregar 14% em 2021, um ano de recuperação. Esse desconto é similar ao de quando o banco tinha um ROE de 6% em 2015-16 (vs. 14% 2021E e um dividend yield de 13% em 2022). Dito isso, vemos uma assimetria positiva para o banco estatal”, diz a análise de Matheus Odaguil.

O BTG vê um preço-alvo menor, de R$ 39,00, segundo um relatório publicado em novembro do ano passado. Para os analistas do banco, o BB poderia ser uma “armadilha de valor”, mantendo uma recomendação “neutra” em relação aos papéis da estatal.

“Assim como vimos nos demais bancos, as receitas de serviços e comissões surpreenderam positivamente, auxiliadas pelos segmentos de gestão de ativos e consórcio. Os resultados provenientes de outras subsidiárias, como Cielo e BB Seguridade, também mostraram fortes melhorias em termos de relação/trimestre. Vale destacar, sinalizamos que o OPEX veio um pouco pior do que esperávamos, com outras despesas operacionais compensando parte dos números muito fortes provenientes da linha de outras receitas”, diz o relatório.

Mas e os riscos da BBAS3?

Entre os principais riscos apontados pela XP Investimentos está a eleição de 2022, que pode afetar diretamente a atuação do Banco do Brasil.

“Como uma empresa estatal, o desempenho das ações em 2022 pode ser fortemente impactado pelas eleições. Os investidores devem esperar volatilidade no curto prazo”, diz o banco de investimentos.

O BTG, por sua vez, cita o índice de inadimplência, que, “em 90 dias permaneceu praticamente estável em 1,82%”.

“Ainda assim, as provisões brutas aumentaram 43% sequencialmente (-16% a/a), 4% acima do que tínhamos no modelo. Como resultado, o banco provisionou mais do que os novos inadimplentes no trimestre e conseguiu garantir um índice de cobertura muito elevado de 323%. O ‘core capital’ caiu 30 bps sequencialmente, mas atingiu 13,2%, acima dos pares privados”, continua a análise.

“Com um lucro líquido mais forte no terceiro trimestre [de 2021], o BB aumentou sua projeção de lucro líquido ajustado para 2021 para R$ 19-21 bilhões contra R$ 17-20 bilhões antes (temos R$ 19,5 bilhões em nosso modelo). No geral, achamos que há mais coisas para gostar do que não gostar nos resultados do BB. Na verdade, acreditamos que foi uma temporada de resultados bastante decente para os bancos incumbentes, especialmente para o BB, dado que suas ações estão sendo negociadas (0,6x o VP mais recente e ~4x P/L21). Temos uma recomendação Neutra e há muito defendemos a possível armadilha de valor, mas estamos intrigados. Temos que admitir: quão barato pode ficar para que os investidores se importem?”, diz o relatório.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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