Ação do agro é a small cap mais indicada para novembro entre 13 analistas
Outubro foi o mês para o investidor esquecer. O período registrou a pior rentabilidade do Ibovespa do ano: o principal índice da Bolsa brasileira despencou 6,74%. E, junto com ele, o índice small caps, que derreteu 12,5%.
O principal vilão desse cenário foi o Governo Federal, que rompeu com o teto de gastos. Como consequência, o Banco Central precisou acelerar a alta da Taxa Básica de Juros.
Dessa forma, a Selic pode fechar o ano em 9,25% e o ciclo deve terminar entre 11% e 12% no início do próximo ano – um grande aumento em relação às estimativas do consenso há algumas semanas atrás, lembra o BTG.
Além disso, as projeções de crescimento do PIB para 2022 também estão sendo reduzidas.
A pesquisa Focus mostra uma estimativa de 1,4% para 2022, “que consideramos alta, em vista do pior cenário (esperamos que as projeções de crescimento para 2022 caiam abaixo de 1% nas próximas revisões)”, completa.
Segundo o BB Investimentos, o índice Small Caps segue o acúmulo de forças baixistas destacado no último estudo, e continua se projetando para os novos suportes.
“Embora menos provável, uma reversão de alta seria possível se o índice superar o nível de 2.550 pontos, com força”, calcula.
Small caps: vale a pena investir agora?
Apesar da queda, o analista da Nu Invest Murilo Breder lembra que o investidor precisa ter visão de longo prazo.
Ele lembra que o índice Small Caps tem obtido um avanço de 321% contra 237% do Ibovespa nos últimos cinco anos.
“A metodologia do índice de Small Caps da B3 faz com que muitas empresas consideradas de médio porte sejam englobadas pelo índice. Por isso, o SMLL não reflete totalmente a realidade das pequenas empresas”, completa.
Ademais, ele observa que, olhando o fundamento e valuation das companhias, a reação do mercado parece exagerada.
“O investidor paciente e com visão de longo prazo deveria aguardar ansiosamente por oportunidades como essa”, aponta.
Pensando em investir nessas empresas pequenas, mas promissoras? O Money Times revirou as carteiras dos principais bancos e corretoras do país para descobrir as ações mais quentes do momento.
No total, 77 ativos foram recomendados pelo menos uma vez, entre units, ações preferenciais e ordinárias. Esse conjunto de papéis somou 116 indicações.
A favorita
E a ação mais indicada para o mês ficou com uma empresa de agro, que realizou o seu IPO (Oferta Pública de Ações) em fevereiro: a Jalles Machado (JALL3), com quatro indicações.
Segundo o BTG, a empresa tem uma das melhores e mais baratas teses.
“No açúcar, acreditamos que os preços globais podem estar entrando em uma nova fase com o governo indiano antecipando o prazo para a mistura de 20% do etanol na gasolina vendida no país até 2025, potencialmente reduzindo a produção de açúcar em 6 milhões de toneladas/ano”, afirma.
Além disso, o Brasil tem pouco açúcar a mais para trazer ao mercado, o que pode incentivar a produção de outros participantes marginais com custos de produção mais próximos aos da marca.
“Os fundamentos do etanol também são sólidos, com metas globais de descarbonização e o programa RenovaBio, além de preços à vista em alta no Brasil que ainda não estão refletidos nas cotações das ações”, diz.
E, como se não bastasse isso, o papel poderá oferecer um rendimento de dois dígitos antes mesmo de todos os fatores anteriores entrarem no papel, o que deve ser agravado pelos planos de crescimento orgânico de baixo risco da empresa, completa o banco.
Veja a lista:
Small Caps | Cotação | Indicação |
---|---|---|
Jalles Machado | JALL3 | 4 |
Méliuz | CASH3 | 3 |
Ferbasa | FESA4 | 3 |
Santos Brasil | STBP3 | 3 |
Aeris | AERI3 | 3 |
Irani Papel e Embalagem | RANI3 | 3 |
ABC Brasil | ABCB4 | 3 |
Minerva | BEEF3 | 3 |
SulAmérica | SULA11 | 3 |
Taesa | TAEE11 | 3 |
Participaram do levantamento: Ágora, BB Investimentos, BTG Pactual, Nu Invest, Elite, Genial, Guide Investimentos, Inversa, Itaú BBA, Mirae, Santander, XP Investimentos e Terra.
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