Ação de varejista esquecida pelo mercado pode quase dobrar de valor em 2022, diz BofA
Longe dos holofotes das grandes varejistas, como Magazine Luiza (MLGU3) e Via (VIIA3), a Lojas Quero-Quero tem grande potencial de entregar resultados, afirma o Bank of America (BofA) em relatório enviado a clientes.
O banco tem recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 18, alta de 90% ante o fechamento da quarta-feira (12).
Segundo os analistas, a baixa participação de mercado sugere uma oportunidade para o negócio base da Lojas Quero-Quero crescer 10 vezes no longo prazo.
Pelos cálculos dos analistas, a Quero-Quero possui 5,4% de participação no mercado em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
“Essa penetração ainda é muito baixa em cidades com população abaixo de 300 mil habitantes. Eles buscam uma combinação de fiscalização tributária, digitalização, solidez do balanço patrimonial e execução para permitir que a LJQQ triplique sua participação de mercado no longo prazo”, afirma.
Além disso, mais de 60% dos mercados de Santa Catarina e Paraná não têm presença da varejista, lembra. Os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul são os próximos alvos da companhia.
Próxima parada: e-commerce
Mesmo com a ampliação da rede de lojas físicas, é no e-commerce que o BofA enxerga maior oportunidade para a Quero-Quero. Na visão do banco, os esforços do digital podem valer mais do que o valor de mercado atual da rede.
“Se eles aumentarem as vendas em 25% a 30% em um período de quatro anos, sugerimos que o valor incremental poderia exceder o valor de mercado atual”, diz.
Em outubro do ano passado, a companhia começou a testar interfaces digitais na loja, com adição de 20 mil novos SKU (Unidade de Manutenção de Estoque, em português), com até 9 mil itens.
A campanha foi um sucesso, o que fez a empresa expandir a iniciativa para outras 140 unidades na temporada de vendas de fim de ano.
“Agora, esperamos que uma experiência digital completa esteja em toda a cadeia até abril. Novos itens aumentam o mercado total endereçável da Lojas Quero-Quero em cerca de 50%, têm margens mais altas e adicionam despesas incrementais baixas”, observa.
As ações da Quero-Quero acumulam queda de 14% em 2022. Desde o seu IPO, em agosto de 2020, a ação caiu 32%.