Ação da Vivara (VIVA3) ‘perde o brilho’ e despenca 14% nesta segunda (18) com mudança de CEO; queda é exagerada?
Figurando entre as mais negociadas da bolsa, as ações da Vivara (VIVA3) derreteram nesta segunda-feira (18), tendo no radar o anúncio “inesperado” de troca de CEO.
Os papéis da rede de joalherias tiveram um tombo de 14,03% no pregão, fechando o dia cotados a R$ 26,41 cada. A forte reação do mercado ocorre após a companhia informar na última sexta que Paulo Kruglensky renunciou ao cargo de CEO.
O comunicado também anunciou a volta de Nelson Kaufman como novo presidente da Vivara.
Kaufman fundou a Vivara na década de 60. Nos últimos anos, o empresário se dedicou a projetos pessoais. De acordo com a Vivara, Kaufman retorna ao comando da empresa “com o propósito de dar continuidade aos caminhos que a Vivara tem trilhado desde 2019, com o IPO, além de resgatar e solidificar as bases que trouxeram a empresa até aqui”.
Investidores reagem mal à notícia; o que está por trás da forte queda de VIVA3?
Na avaliação da XP Investimentos, a reação dos investidores nesta segunda reflete preocupações do mercado com possíveis mudanças na estratégia da Vivara.
A corretora lembra que os investidores tiveram poucas interações com o fundador, que saiu da posição de CEO antes do IPO.
“Como resultado, a mudança de CEO da Vivara traz incertezas para a tese, então os próximos passos serão monitorados de perto para definir o tom da performance da ação”, diz.
A XP participou da teleconferência realizada pela companhia para esclarecer dúvidas sobre a mudança de CEO.
A corretora destacou alguns pontos levantados pela Vivara, como:
- Kaufman vê muito espaço para melhorias operacionais em áreas como gestão de lojas, investimentos em marketing, desenvolvimento de produtos e pessoas;
- o fundador também vê um grande potencial para a Life, com 500-600 lojas como viáveis para a marca, enquanto vê espaço para o lançamento de novos produtos;
- não está prevista qualquer alteração na alocação de capital a curto prazo, sendo que quaisquer potenciais novos movimentos estão limitados a um risco de até 5% do Ebitda;
- a internacionalização continua nos planos da empresa;
- sucessão é uma prioridade de médio prazo, embora Kaufman não esteja com pressa; e
- o atual acordo de acionistas da Vivara não é afetado pelo anúncio.
A XP segue com recomendação de compra para VIVA3, pois entende que Kaufman tem forte expertise no negócio. Na teleconferência, o empresário também sinalizou que não deve realizar mudanças muito disruptivas na estratégia da Vivara.