Ação da Tesla dispara com gestores de fundo avaliando entrada no S&P 500
Ame-a ou a odeie, um amplo universo de gestores de portfólio vai em breve se posicionar em ações da montadora norte-americana de veículos elétricos Tesla (TSLA), que disparou cerca de 10% nesta terça-feira após anúncio de que o papel vai ingressar no índice S&P 500 (SPX).
O valor de mercado da Tesla subiu mais de 40 bilhões de dólares em meio à antecipação de investidores de que a inclusão do papel no índice acionário mais acompanhado de Wall Street em dezembro vai forçar fundos passivos a comprarem mais de 50 bilhões de dólares em ações da empresa.
A adição da Tesla no S&P 500 também vai forçar gestores de fundos ativos que tentam superar a performance do S&P 500 a olharem mais atentamente para uma companhia que muitos até agora vinham evitando.
“Tesla é uma ação pouco detida por fundos ativos se você comparar com uma ação como Apple “, disse King Lip, estrategista-chefe de investimento da Baker Avenue Asset Management, em São Francisco, que possui ações da Tesla.
Muitos gestores evitaram as ações da Tesla até agora, segundo Lip, porque a baixa lucratividade e dívida elevada da empresa a excluem de listas de gestores de investimentos que avaliam novas oportunidades.
Acumulando alta de mais de 400% em 2020, a Tesla é a montadora de veículos mais valiosa do mundo atualmente, apesar de sua produção ser uma fração do montado por rivais como Toyota, Volkswagen e General Motors.
Muitos investidores avaliam que as ações da Tesla estão em uma bolha e alguns alertaram contra a inclusão do papel no S&P 500 nos níveis atuais.
Com a Tesla no S&P 500, fundos com administração ativa que evitavam as ações da empresa vão se arriscar a ficar para trás da valorização do índice se o rali do papel continuar. E eles vão estar adiante se continuarem evitando os papéis e a performance do papel for revertida.
“Muitos gestores ativos seguem o S&P 500 como sombra, então isso torna difícil para eles ignorarem a Tesla”, disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado na Prudential Financial.
Krosby comparou a inclusão da Tesla no S&P 500 à adição gradual de papéis da China aos índices MSCI nos últimos anos, que levou investidores globais que os acompanham a despejarem centenas de bilhões de dólares nos mercados acionários do país.