Ação da Rumo (RAIL3) opera na ‘corda-bamba’ após rebaixamento do Goldman Sachs
As ações da Rumo (RAIL3) começaram o pregão desta quarta-feira (15) como as únicas quedas do Ibovespa (IBOV) e desde a abertura das negociações operam voláteis.
Nos primeiros minutos do pregão, os papéis caíram 2,61%, a R$ 16,81, e atingiram a mínima do dia. Depois tentaram pegar ‘carona’ no apetite ao risco, que impulsiona o principal índice da bolsa brasileira, RAIL3 chegou a subir quase 1%.
Por volta de 12h12 (horário de Brasília), as ações registravam baixa de 0,87%, a R$ 17.11. Acompanhe o Tempo Real.
A forte volatilidade deve-se à revisão das estimativas do Goldman Sachs sobre o grupo de logística ferroviária.
O banco rebaixou a recomendação das ações da Rumo de compra para neutro e cortou o preço-alvo para R$ 20,50 — o que ainda representa um potencial de valorização de 18,8% sobre o preço de fechamento da última terça-feira (14).
Para os analistas do banco, os papéis RAIL3 apresentam uma perda de “momentum” e uma relação de risco e retorno “balanceada”.
O que motivou o rebaixamento de Rumo?
A combinação de três fatores motivaram o rebaixamento da recomendação pelo Goldman Sachs.
O primeiro é a expectativa de desaceleração no crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2025. A projeção do banco é de alta de 5%, de aproximadamente R$ 8,1 bilhões, neste ano — ante cerca de 25% em 2023 e de 36% em 2024.
Isso porque o início tardio do plantio da soja, o plantio concentrado em outubro e uma curva de comercialização da commodity, que só recentemente começou a melhorar, pode resultar em volumes limitados para a Rumo transportar no curto prazo — especialmente em janeiro e fevereiro.
Além disso, os analistas destacam que a companhia está entrando em 2025 com um nível menor de volumes contratados em relação a 2024, o que, em um cenário de volumes mais fracos no Mato Grosso no primeiro trimestre, pode implicar poder de precificação limitado para os caminhoneiros e, consequentemente, para a Rumo.
O segundo motivo é a visão de que há um espaço limitado para revisões para cima nas estimativas do consenso.
Já o terceiro fator é o valuation da companhia, que parece “equilibrado” sob o cenário de taxas de juros elevadas no Brasil, segundo os analistas.