Ação da Restoque, dona da Le Lis Blanc e Dudalina, voltou à moda
As ações da Restoque (LLIS3), dona da Le Lis Blanc, Dudalina, Individual, Bobô e Rosa Chá, deram uma grande reviravolta após uma forte queda na produtividade das lojas, maior alavancagem e uma integração desafiadora após a fusão da Dudalina em 2014, avalia o BTG Pactual em um relatório enviado a clientes nesta semana.
Segundo os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais, a empresa reformulou sua base de lojas e fábricas (fechando unidades de baixo desempenho) e reduziu o número de funcionários (aproximadamente 280 demissões no primeiro semestre de 2017 em áreas administrativas) e melhorou a assertividade, reduzindo o risco de moda de suas coleções.
Para isso, a empresa descentralizou as equipes de desenvolvimento. Na marca Le Lis Blanc, isso significou a contratação de cinco diretores responsáveis por novas coleções (contra 1 antes). A empresa também melhorou os controles no nível das lojas para aumentar a produtividade e gastou mais em marketing (enquanto reduziu a gordura em outras linhas de custos, especialmente despesas administrativas) para impulsionar as vendas em seus canais.
Maiores margens
Com isso, no segundo semestre do ano passado, a empresa conseguiu se concentrar na redução de estoques de coleções antigas, na incorporação da Dudalina – que terá a amortização de ágio nos próximos anos – e no início da fábrica da Dudalina em Goiás.
O banco ressalta que as margens subiram desde a reviravolta de 2016 e 17 com o foco na redução dos estoques e subiram 750 pontos-base, para 64%, no primeiro trimestre de 2018. O impacto dessa estratégia chegou a R$ 84 milhões no último trimestre do ano passado.
“A Restoque também reduziu o número de plantas de Dudalina de 5 para 3 na região sul do Brasil, e migrou uma delas para Goiás, onde recebeu uma redução de impostos (reduzindo a carga tributária de ICMS) pelos próximos 40 anos”, ressaltam.
Ações
O BTG reconhece que a liquidez das ações ainda é um problema para o caso de investimento, no entanto, as ações negociam com um múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) para 2018 de 10,3 vezes, “oferecendo uma oportunidade atraente após a recente recuperação”. O preço-alvo de R$ 44 ainda confere um potencial de valorização de aproximadamente 55% em relação ao preço negociado hoje.