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Ação da Petrobras volta a ser impactada pelo governo, avalia consultoria

22 maio 2018, 11:19 - atualizado em 22 maio 2018, 12:00

A Petrobras, no sentido contrário do avanço nos preços do petróleo, realizou nesta terça-feira (22) uma redução do preço do diesel de 2,372 reais para 2,335 nas refinarias. Já a gasolina caiu para 2,043, ante 2,087. Isso, segundo a consultoria Levante, mostra que a estatal “volta a ser impactada pela intervenção do governo no preço dos combustíveis”.

Os papéis preferenciais (PETR4) da estatal recuam 2,87%, a R$ 24,34, e os ordinários (PETR3) caem 2,6%, para R$ 28,33. O Ibovespa cai 0,21%, a 81.644 pontos. Enquanto isso, o petróleo WTI avança 0,1% e é negociado a US$ 72,42. O Brent sobe 1,17% e é vendido a US$ 80,15.

“Em um momento de alta volatilidade de câmbio e petróleo, interferir na política de preços da Petrobras seria visto como negativo para a ação devido ao risco para as margens do segmento de refino da empresa”, avalia a XP Investimentos.

O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha, disse ontem que o governo estuda uma forma de tornar os preços dos combustíveis mais “previsíveis”.  “Com o dólar subindo e o petróleo subindo internacionalmente, por certo tínhamos que ter um aumento dos combustíveis. O que vamos tentar é ver se encontramos um ponto em que possa ter um pouco mais de controle nesse processo”, acrescentou Padilha.

“A atual política de preços adotada pela Petrobras é uma das principais vitórias do Parente na estatal. A medida contribuiu para a Petrobras recuperar sua participação no mercado doméstico, uma vez que essa nova política torna a importação de combustíveis menos atrativas para outros players do mercado, além de contribuir para melhor a rentabilidade da companhia”, aponte a Guide Investimentos.

Segundo o presidente da Petrobras, Pedro Parente, o governo nunca considerou mudar a política da Petrobras de reajuste de preços dos combustíveis. Ele fez a afirmação ao sair de reunião com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas Energia, Moreira Franco, hoje (22), em Brasília, no Ministério da Fazenda.

“Fui convidado para a reunião. Na abertura da reunião, foi logo esclarecido que de maneira nenhuma o objetivo seria o governo pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras”, disse, esclarecendo que os reajustes estão relacionados aos preços internacionais e ao câmbio.