Ação da Petrobras terá recuperação em forma de “J”, avalia Santander
Os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) terão recuperação acentuada, em formato de “J”, após a Covid-19, avalia o Santander em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (15). O banco tem recomendação de compra para as ações ordinárias, PETR3, com preço-alvo de R$ 24.
A corretora realizou uma conferência com o CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, para discutir o futuro da empresa, dado os altos e baixos dos preços do petróleo e a incerteza do mercado.
Para o analista Rodrigo Almeida, que assina o relatório, a previsão otimista se justifica por conta da explosão da demanda que deve ocorrer na Ásia, e da política adotada pela administração da Petrobras, como cortes de custo e venda de ativos.
“Com o crescimento da demanda, o aumento da produção e a utilização da capacidade da refinaria, a empresa está preparada para enfrentar um ambiente de preços do petróleo de US$ 25/barril em 2020. Petrobras continua sendo nossa principal recomendação no segmento”, afirma Almeida.
Impulsionada pela sólida demanda da Ásia, a Petrobras alcançou um recorde histórico de exportação de óleo combustível em maio.
“A demanda doméstica por combustíveis também melhorou, com junho começando forte, maior que maio, que foi mais forte que abril”, destaca Almeida.
Em 2020, a empresa manteve sua meta de 2,2 milhões de barris por dia para a produção doméstica de petróleo, dado que reverteu sua decisão anterior de reduzir a produção devido à demanda fraca.
Segundo o analista, enquanto a Petrobras continua a explorar oportunidades de exportação da commodity – que acompanhará o aumento da produção -, a Ásia permanece como seu principal destino no mercado de petróleo bruto.
Corte de custo e venda de ativos
Por conta da pandemia, a Petrobras precisou colocar o “pé no freio” no andamento da venda de ativos.
Contudo, a empresa afirma que o processo está avançando, com a venda potencial de sua participação na BR Distribuidora (BRDT3), esperada para quando as condições do mercado permitirem. Além disso, a meta de vender sua participação na Braskem (BRKM5) permanece em vigor.
“A liquidez foi fortalecida para níveis confortáveis, enquanto as metas para a dívida bruta permanecem em US$ 87 bilhões no curto prazo (2020) e US$ 60 bilhões no longo prazo. Os dividendos para 2020 provavelmente não serão pagos por conta dos prejuízos auferidos no primeiro trimestre”, afirma.
Ele destaca também que os cortes de custos serão permanentes, com estratégias adicionais para permitir que a Petrobras saia mais forte da crise atual.
“Com base em nosso entendimento, a administração acredita que ainda existem oportunidades para redução de custos. A Petrobras também está focada na otimização do capital de giro através da redução de dias de estoque, por exemplo”, completa.