Ação da Petrobras (PETR4) nunca vai deixar de ser uma “batata quente”?
Apesar de a Petrobras (PETR3; PETR4) ter enchido o bolso dos investidores com dividendos de aproximadamente R$ 100 bilhões em 2021, ou cerca de R$ 7,77 por ação, muitos analistas começam a se perguntar sobre a continuidade desta tendência.
Será que ter os ativos da estatal nunca deixarão de ser uma “batata quente”, onde é melhor se livrar dela após algum tempo, ou principalmente, fazer isso em um ano eleitoral?
Os analistas do UBS BB Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos reconhecem que a visão continua favorável, dado o novo nível de lucratividade que leva a rendimentos de dividendos de 15 a 25% ao ano, ou de 4% a 7% ao trimestre.
“No entanto, reconhecemos que uma possível mudança no acionista controlador pode limitar esses níveis no médio e longo prazo, uma vez que a empresa pode mudar seu foco na alocação de capital e papel no desenvolvimento do país”, apontam.
O BTG Pactual também parabeniza a “máquina de fluxo de caixa que a Petrobras se tornou”.
“Embora vejamos potencial para que isso continue no curto prazo, achamos que uma mudança na estratégia atual não pode ser descartada dependendo do resultado das eleições presidenciais no final deste ano”, opinam Pedro Soares, Thiago Duarte e Daniel Guardiola.
Eles reforçam que possuir as ações agora pode parecer um carregamento “leve” por enquanto, mas a falta de visibilidade de médio prazo em sua história de alocação de capital ainda torna improvável uma possível reclassificação.
“Além disso, a recente valorização do real ajudou a dissipar parte do ruído em torno de sua política de preços de combustíveis, que é boa, mas sempre pode ter vida curta”, recordam.