Ação da Oi ressurge como alternativa na Bolsa
As ações da Oi (OIBR3; OIBR4) voltaram a ganhar atenção do mercado e dos analistas. Os recentes avanços da tele brasileira em resolver a bagunça da sua enorme dívida e as disputas com os seus acionistas garantiram um forte desempenho na Bolsa, de 13% para as ordinárias e 6% para as preferenciais, e abriram espaço para conversas sobre consolidação com a Tim (TIMP3) e outros interessados estrangeiros.
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Foi assim que os grandes bancos elevaram recentemente as suas estimativas para os ativos. Na última sexta-feira (23), o Itaú BBA retomou a cobertura dos papéis e projetou um preço justo de R$ 4 para as OIBR3 e recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado). “A Oi está entrando em um novo capítulo promissor em sua história, após a aprovação de seu plano de recuperação judicial”, destaca a analista Susana Sularu em seu relatório.
O valor estimado, explica o banco, considera que as ações embutem direitos de subscrição para o aumento de capital previsto pelo plano de recuperação judicial, que é esperado para o final do ano e deve ocorrer a aproximadamente R$ 1,30. “A nova Oi nascerá sendo negociada com um múltiplo baixo, e uma correção para um múltiplo conservador de 4 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (abaixo do nosso cenário base) levaria a uma apreciação atrativa – mais do que suficiente para compensar a atual diluição de acionistas da Oi”, destaca.
No dia 19 de março, o Credit Suisse ampliou o preço-alvo para as ações de R$ 2,40 para R$ 2,90 e manteve a recomendação neutra. Os analistas Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba avaliam que a disputa em andamento com a Anatel continua a ser o principal risco para a companhia, já que uma decisão desfavorável poderia afetar a execução do plano de recuperação judicial.
“Também atribuímos um valor de R$ 3 bilhões para participações minoritárias que não sabemos se a empresa poderá monetizar. Por outro lado, os potenciais riscos de alta incluem uma taxa de adesão menor do que a esperada de outra classe de credores, como detentores de títulos com créditos abaixo de US$ 750 mil”, explicam.
Já o BTG Pactual, em uma análise da mesma data, elevou o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 4,10, com a recomendação de compra. “A Oi tem trabalhado arduamente para mostrar aos auditores a importância de reportar o valor presente líquido de sua dívida, ou seja, considerando os termos muito favoráveis negociados no plano. A partir daí, a injeção de capital de R$ 4 bilhões seria o único passo para a conclusão do plano de reestruturação”, pontuam os analistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira.