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Ação da Multilaser (MLAS3) tomba 36% e atinge mínima histórica; corretora joga balde de água fria

29 mar 2023, 20:25 - atualizado em 29 mar 2023, 20:26
Multilaser
Ação da Multilaser chega ao menor patamar desde a abertura de capital da companhia, em 2021 (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

Com tombo de mais de 30% em um único pregão, a Multilaser (MLAS3) chegou à mínima histórica na Bolsa nesta quarta-feira (29).

Os papéis da fabricante de produtos eletroeletrônicos e de informática derraparam 36,7% hoje, chegando ao patamar de R$ 1,43, menor cotação desde a abertura de capital em 2021. Em sua estreia na B3, a Multilaser viu sua ação atingir quase R$ 13.

O mercado não gostou nem um pouco dos resultados divulgados pela companhia na véspera, quando apresentou um prejuízo de R$ 205 milhões no quarto trimestre de 2022.

A Multilaser teve queda na receita líquida, que somou R$ 1,1 bilhão, enquanto as despesas com vendas e despesas gerais e administrativas dispararam cerca de 40% e 66%, respectivamente.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 150,4 milhões no trimestre, ante resultado positivo de R$ 153,5 milhões nos últimos três meses de 2021.

Falas do CEO deram um peso maior ao movimento de baixa das ações. Alexandre Ostrowiecki sinalizou que o primeiro semestre da companhia será difícil, afetado ainda pela migração para o novo sistema ERP.

“No curto prazo, estamos passando por turbulências importantes antes do céu se abrir”, disse o executivo.

Corretora corta recomendação

Uma corretora jogou mais lenha na fogueira ao cortar a recomendação da Multilaser para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”).

Segundo o Itaú BBA, os resultados do quarto trimestre da Multilaser são uma clara demonstração da dificuldade de fazer negócio na indústria brasileira. Analistas classificam o prejuízo da Multilaser como a quantificação de uma tempestade perfeita. E os próximos trimestres não devem ser muito melhor.

“Acreditamos que os próximos dois/três trimestres serão bem desafiadores para MLAS3”, comentam Thiago Kapulskis e Cristian Faria, que assinam o relatório publicado nesta quarta.

Devido às incertezas em torno do nome e perspectivas nada encorajadoras para o primeiro balanço trimestral de 2023, o BBA cortou estimativas de receita, Ebitda e lucro. A corretora passou a considerar um prejuízo líquido de R$ 49 milhões para a companhia neste ano, contra projeção de lucro de R$ 531 milhões anteriormente.

As estimativas de receita encolheram 18%, para R$ 4,2 bilhões, queda anual de 4,2%. Já o novo Ebitda projetado é de R$ 236 milhões, contra previsão anterior de R$ 656 milhões.

O preço-alvo do BBA para a ação da Multilaser é de R$ 1,50. Na avaliação da corretora, uma eficiência maior e o foco em geração de caixa são sinais importantes para dar aos investidores.

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