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Ação da Minerva (BEEF3) cai quase 6% com aumento de capital; é hora de comprar?

08 abr 2025, 11:53 - atualizado em 08 abr 2025, 11:56
minerva beef3
Ações da Minerva caem com proposta de aumento de capital em até R$ 2 bilhões; bancos veem operação como positiva para a companhia (Foto: Minerva Foods)

As ações da Minerva (BEEF3) operam entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (8), alcançando baixa de quase 6% nos primeiros minutos do pregão.  

Por volta de 11h16 (horário de Brasília), BEEF3 caía 2,33%, a R$ 6,29. Na mínima do dia, os papéis recuaram 5,90% (R$ 6,06). Acompanhe o Tempo Real. 



Os papéis do frigorífico reagem ao anúncio do aumento de capital da companhia em até R$ 2 bilhões. A proposta ainda está sujeita à aprovação em assembleia geral extraordinária, marcada para 29 de abril. 

A operação, precificada a R$ 5,17 por ação — a média dos últimos 60 pregões — contará com a subscrição de 386,8 milhões de novas ações ordinárias. 

O valor do papel representa um desconto de 20% em relação ao último preço de fechamento, a R$ 6,44. Hoje, a Minerva vale R$ 3,9 bilhões. 

Um dos motivos para a queda de BEEF3 é a diluição de cerca de 50%, com 580 milhões de novas ações, com o aumento de capital. 

Para o Goldman Sachs, os papéis também são pressionados pela magnitude do aumento de capital, a alavancagem relativamente alta que ainda estaria operando mesmo após a conclusão da operação; e as exigências extras de capital se a aquisição pendente das operações da Marfrig (MRFG3) no Uruguai avançar.

O que dizem os analistas?

Na avaliação do BTG Pactual, a diluição da participação dos acionistas com o aumento de capital não é, necessariamente, “ruim”. 

“Apesar de a oferta implicar em uma diluição relevante, o atual alto custo financeiro da Minerva faz com que a operação possa gerar valor ao lucro líquido”, escreveram Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques, em relatório. 

Para os analistas, a operação também deve fortalecer “materialmente” o balanço da Minerva. Nas contas do banco, com a operação, a alavancagem da Minerva deve cair de 4,5 para 3,7 vezes o Ebitda, indicando uma redução relevante no nível de endividamento.

Com a injeção de capital, o lucro líquido da Minerva deve subir para R$ 610 milhões em 2026, elevando o lucro por ação (LPA) em 13% — de R$ 0,463 para R$ 0,522. 

“Mesmo em cenários mais conservadores — como um aumento base de R$ 1 bilhão ou um aumento de R$ 2 bilhões sem conversão dos bônus — o LPA ainda aumentaria entre 6% e 10%”, calculam os analistas. 

A XP Investimentos também classificou a proposta como positiva. Os analistas, porém, destacam a alta alavancagem da companhia e a geração de caixa. 

“Apesar da iminente virada de ciclo do gado no Brasil, nossa maior preocupação com a tese de investimento é a alavancagem e o cenário complicado de geração de caixa”, escreveram Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, em relatório. 

Para eles, o preço de entrada “parece atrativo” e, por hora, o levantamento de capital através de desinvestimento parece fora da mesa.

Já o Goldman Sachs avalia que o aumento de capital pode dar “maior flexibilidade no balanço para aumentar adequadamente os ativos que adquiriu recentemente da Marfrig, além de ser ágil para aproveitar as atuais oportunidades de mercado”. 

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É hora de comprar Minerva?

Com o anúncio, o BTG Pactual elevou o preço-alvo de BEEF3 para R$ 9 — o que representa um potencial de valorização de 39,7% sobre o preço de fechamento de ontem (7). O banco manteve a recomendação neutra. 

“Apesar da redução relevante do risco de balanço, ainda vemos consumo de fluxo de caixa relevante, já que esperamos que a Minerva devolva parte do financiamento significativo de capital de giro utilizado no 4T24”. 

O Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para as ações da Minerva com preço-alvo de R$ 6,65 — um potencial de alta de 3,26% sobre o preço do último fechamento.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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