Ação da JBS ainda está descontada em relação aos pares
Com resultados impressionantes em operações nos Estados Unidos, o balanço corporativo da JBS (JBSS3) arrancou elogios entre vários analistas de mercado de diferentes corretoras.
A reversão de prejuízo em lucro no primeiro trimestre, que chegou a cifra de R$ 2 bilhões, apesar do alto consumo de caixa na ordem de R$ 3,8 bilhões devido à sazonalidade, demonstra a condição bastante saudável da JBS, avalia o BTG Pactual (BPAC11).
“A JBS reportou outro trimestre forte, sustentado por resultados impressionantes em todos os seus negócios nos Estados Unidos. As vendas aumentaram 33% no intervalo de um ano para R$ 75,3 bilhões, com preços médios mais elevados e câmbio favorável”, são as palavras de abertura do relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Luiz Temporini.
Enquanto as operações da companhia nos EUA despontaram, especialmente porque uma demanda mais forte do que o esperado e suprimentos restritos aumentaram os preços e compensaram um ambiente de custos amplamente desfavorável, a JBS Brasil ficou para trás graças ao aumento dos custos do gado.
“Embora continuemos esperando que as margens se normalizem à frente, a JBS ainda negocia com desconto para os pares”, conclui o trio de especialistas do BTG.
Indo pela mesma linha, o analista Luis Sales, da Guide Investimentos, aponta o exterior como o ingrediente chave para a JBS, assim como outras empresas brasileiras do setor.
A divisão norte-americana da companhia levou a JBS a seu melhor desempenho para um primeiro trimestre, com resultado puxado por uma forte demanda interna, com a retomada progressiva do foodservice no país, e pelo incremento da demanda de exportação, liderada especialmente pelo mercado asiático.
“Para os próximos meses, a abertura de restaurantes e bares, acompanhados pela vacinação da população e preço elevado do dólar e demanda crescente (local e exportação) deverão ajudar os resultados futuros da JBS”, indica Sales sobre as perspectivas.
No caso do Bank of America, os ganhos da JBS devem ficar à cargo de margens maiores na carne bovina nos EUA, que devem continuar acima dos níveis históricos, à medida que a demanda de bares e restaurantes se recupera somado aos fortes volumes.
“O cenário para os outros negócios da JBS fora dos EUA é mais desafiador dada a pressão dos grãos mais caros, embora as margens de frango devam sustentar o momento”, avalia o banco americano.
Veja a seguir as recomendações para as ações da JBS:
Código | Recomendação | Preço-alvo (R$) | |
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Bank of America | JBSS3 | Compra | 46 |
BTG | JBSS3 | Compra | 36 |
Guide | JBSS3 | Neutro | — |