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Ação da Gol sobe 11,6% com petróleo em queda forte e compra de aviões

16 jul 2018, 20:11 - atualizado em 16 jul 2018, 20:11

Por Arena do Pavini – As ações preferenciais da Gol (GOLL4) subiram 11,6% hoje após a empresa anunciar um contrato com a Boeing para a aquisição adicional de 15 jatos 737-MAX 8 e em meio à queda dos preços do petróleo no mercado internacional. A compra dos aviões, para a corretora Guide Investimentos, reforça a estratégia de reduzir custos operacionais operando uma frota padronizada e uma malha integrada. O Índice Bovespa encerrou o dia praticamente estável, com pequena alta de 0,08%, aos 76.652 pontos.

Ajudaram a companhia aérea a queda forte dos preços do petróleo no exterior, com o barril do tipo WTI negociado em Nova York em baixa de 4%, para US$ 68,12, e o Brent, de Londres, de 4,53%, para US$ 71,91, após declarações amistosas dos presidentes Donald Trump e Vladimir Putin indicarem que a Rússia poderá aumentar sua produção, como já pediu o presidente americano à aliada Arábia Saudita. Putin e Trump se encontraram hoje em Helsink, na Finlândia, e trataram de diversos assuntos, incluindo formas de diminuir as tensões no Oriente Médio com relação a Israel e a Síria.

Petróleo em baixa beneficia as companhias aéreas pois reduz o custo do combustível, um dos principais gastos das empresas, e permite reduzir o custo das passagens e aumentar os voos.

A expectativa do mercado também é de aumento da produção após a forte alta do petróleo nos últimos meses, que levaram os preços para o maior nível desde 2014, perto dos US$ 80 o barril, ameaçando a retomada econômica americana. As pressões vieram de conflitos que atingiram os portos da Líbia e reduziram suas exportações e também das restrições americanas ao Irã após Trump deixar o acordo nuclear com o governo iraniano.

Goldman inicia cobertura das aéreas latino-americanas

Em relatório, o banco americano Goldman Sachs iniciou a cobertura das ações das companhias aéreas latino-americanas com recomendação de manter. O relatório, assinado pelos analistas Bruno Amorim e Julia Guanaes, cita o cenário macroeconômico incerto que já estaria incluído nos preços dos papéis após a queda de 40% desde abril. Além disso, a volatilidade do real e do peso mexicano e os altos preços do petróleo, acima dos US$ 70, podem complicar a situação do setor além do esperado. A principal ação do banco na região é da Copa, com recomendação de compra, enquanto a mexicana Volaris tem recomendação de venda.

Já no Brasil, a Goldman recomenda a compra de Azul, com preço justo de R$ 33,40, que teria um mix favorável de avaliação atrativa caso o petróleo fique nos níveis atuais, menor dependência do mercado em geral por operar outras rotas e possibilidade de ganhos extras com associação com os Correios. Já a Gol e a Latam receberam indicação Neutra, com preços justos de R$ 11,70 e US$ 12,00, respectivamente. A Gol já estaria com seu preço justo após a queda. Hoje o papel fechou em R$ 11,60, praticamente no preço justo estimado pelo Goldman.

Novos aviões aumentam capacidade de passageiros

Sobre os novos aviões, a expectativa do presidente da Gol, Paulo Kakinoff, é reforçar a estratégia de reduzir custos operacionais, permitindo reduzir as tarifas nas rotas atendidas pela companhia e também adicionar novos destinos. “Estamos confiantes de que o 737 MAX 10 oferecerá vantagens competitivas significativas em rotas de alta densidade e em aeroportos com restrições de slots”, diz o executivo.

O 737 MAX 10 permitirá ampliar em mais 30 o número de passageiros por voo em comparação ao 737 MAX 8, com capacidade para até 186 passageiros na configuração atual da companhia. A capacidade adicional proporcionará à Gol maior flexibilidade e uma vantagem competitiva em custo, já que o MAX 10 terá o menor custo por assento quando comparado com qualquer avião de corredor único disponível no mercado. “O aumento da capacidade de assentos por aeronave não apenas reduz os custos do transporte de passageiros, mas também melhora nossa capacidade de distribuir passageiros dentro de nossa grande malha doméstica e crescente malha internacional”, acrescenta Kakinoff.