Ação da Gol pode saltar até 35%, mas ainda é um mau negócio para alguns analistas
Ainda não é hora de comprar ações da Gol (GOLL4), mesmo com os sinais de melhora expressos nas projeções para o fim do ano, divulgadas pela companhia ontem (11). A avaliação é dos analistas da Ágora Investimentos e da Genial.
Segundo a companhia aérea, a receita por passageiro deve ser 5% maior no terceiro trimestre, quando comparada com o mesmo período do ano passado. Já para o quarto trimestre, a empresa afirma que continuar a “adequar diligentemente” a oferta de voos à retomada da demanda, além de voltar a voar para Punta Cana, Cancún e Montevidéu.
Os analistas, contudo, apontam alguns obstáculos para a Gol recobrar a sua confiança. “Diferente da Azul (AZUL4), que já conseguiu recuperar toda a capacidade, a Gol ainda enfrenta a recuperação tardia do retorno às viagens, visto que ela possui competição maior nas suas rotas e maior exposição em grandes centros, que foram os mais afetados pela Covid-19”, afirmam Romulo Mandarino e Eduardo Nishio, da Genial.
A dupla acrescenta que os dados divulgados ontem reforçam a “expectativa negativa para a empresa no curto prazo, já que a recuperação tem demorado para vir e por conta do aumento dos custos (petróleo e dólar) pressionando a rentabilidade da empresa.”
Abaixo da previsão inicial
Já Victor Mizusaki e Wellington Lourenço, que assinam o relatório da Ágora, lembram que a Gol deve reportar receitas de R$ 1,8 bilhão e ebit (lucro antes de juros, impostos e taxas) negativo de R$ 638 milhões no terceiro trimestre.
Apesar dos números estarem dentro das expectativas da Ágora, os analistas ressaltam que eles sugerem que “o guidance anterior de receita de R$ 5,4 bilhões no 2S21 poderia ser revisada para baixo dado que a receita deve saltar 100% no trimestre, mas a capacidade está planejada para aumentar 30% no trimestre.”
A Ágora projeta receita de R$ 3 bilhões no último trimestre do ano, abaixo da média de mercado de R$ 3,2 bilhões. A gestora manteve sua recomendação neutra para as ações da Gol, com preço-alvo de R$ 27. De qualquer modo, o valor representa uma alta potencial de 35% sobre os R$ 20,01 com que o papel fechou nesta segunda (11).
A Genial é ainda mais pessimista com a ação, e recomenda venda, com preço-alvo de R$ 22,50 e alta potencial de 12%.