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Ação da fabricante do Ozempic despenca quase 30% após ‘fracasso’ do novo medicamento 

20 dez 2024, 12:57 - atualizado em 20 dez 2024, 18:57
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A derrocada dos papéis da Novo Nordisk acontece após teste experimental de um novo medicamento mostrar resultados abaixo do esperado (Imagem: Getty Images/Canva)

As ações da empresa dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do medicamento Ozempic, despencaram quase 30% nesta sexta-feira (20) após resultados ‘decepcionantes’ de um novo medicamento. 

Os papéis da empresa negociados na bolsa de Copenhague, na Dinamarca, sob o ticker NOVOb, fecharam em queda de 20,72%, a 589,20 coroas dinamarquesas (a US$ 82,38). 

Na mínima do dia, a baixa foi de 27% — no nível mais baixo desde agosto de 2023. 

Na bolsa brasileira, os recibos de ações (BRDs) N1VO34 caíram 18,64%, a R$ 62,83. 



O movimento acontece após o medicamento CagriSema, desenvolvido pela Novo Nordisk com a promessa de marcar uma nova geração de remédios voltados para o emagrecimento, apresentar resultados abaixo do esperado nos testes experimentais. 

O CagriSema é uma injeção semanal que combina semaglutide, que é o ingrediente ativo do Wegovy e imita o hormônio intestinal GLP-1, e uma molécula separada chamada cagrilintida, que imita o hormônio pancreático amilina.

Os dois hormônios combinados inibem a fome e ajudam a controlar a glicose no sangue dos pacientes.

A dinamarquesa prometeu uma perda de peso de até 25% durante o tratamento. Contudo, o estudo divulgado hoje mostrou que o medicamento ajudou os pacientes a reduzir seu peso em 22,7% — abaixo do esperado. 

O resultado superou marginalmente os resultados da Mounjaro, remédio da concorrente Eli Lilly — que viu as ações listadas na Bolsa de Nova York (Nyse) subirem mais de 7%  após o ‘fracasso’ do CagriSema. 

O teste contou com a participação de 3.417 pessoas que tomaram uma injeção semanal durante o período de 68 semanas. Os efeitos colaterais mais comuns foram gastrointestinais, sendo a grande maioria leves a moderados. 

Vale ressaltar que a Novo Nordisk e a Eli Lilly estão competindo pela liderança no mercado, que cresceu cerca de sete vezes em três anos e movimentando US$ 24 bilhões em 2023, segundo dados da Iqvia. 

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.