Ação da fabricante do Ozempic despenca quase 30% após ‘fracasso’ do novo medicamento
As ações da empresa dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do medicamento Ozempic, despencaram quase 30% nesta sexta-feira (20) após resultados ‘decepcionantes’ de um novo medicamento.
Por volta de 12h30 (horário de Brasília), os papéis da empresa negociados na bolsa de Copenhague, na Dinamarca, sob o ticker NOVOb, operavam em queda de 20,75%, a 588,9 coroas dinamarquesas (a US$ 82,16).
Na mínima do dia, a baixa foi de 27% — no nível mais baixo desde agosto de 2023.
Na bolsa brasileira, os recibos de ações (BRDs) N1VO34 caíam 21%, a R$ 62,95, no mesmo horário.
O movimento acontece após o medicamento CagriSema, desenvolvido pela Novo Nordisk com a promessa de marcar uma nova geração de remédios voltados para o emagrecimento, apresentar resultados abaixo do esperado nos testes experimentais.
O CagriSema é uma injeção semanal que combina semaglutide, que é o ingrediente ativo do Wegovy e imita o hormônio intestinal GLP-1, e uma molécula separada chamada cagrilintida, que imita o hormônio pancreático amilina.
Os dois hormônios combinados inibem a fome e ajudam a controlar a glicose no sangue dos pacientes.
A dinamarquesa prometeu uma perda de peso de até 25% durante o tratamento. Contudo, o estudo divulgado hoje mostrou que o medicamento ajudou os pacientes a reduzir seu peso em 22,7% — abaixo do esperado.
O resultado superou marginalmente os resultados da Mounjaro, remédio da concorrente Eli Lilly — que viu as ações listadas na Bolsa de Nova York (Nyse) subirem mais de 7% após o ‘fracasso’ do CagriSema.
O teste contou com a participação de 3.417 pessoas que tomaram uma injeção semanal durante o período de 68 semanas. Os efeitos colaterais mais comuns foram gastrointestinais, sendo a grande maioria leves a moderados.
Vale ressaltar que a Novo Nordisk e a Eli Lilly estão competindo pela liderança no mercado, que cresceu cerca de sete vezes em três anos e movimentando US$ 24 bilhões em 2023, segundo dados da Iqvia.