Ação da Embraer já subiu 250% em um ano: ainda há espaço para voar?
A Embraer (EMBR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 234,2 milhões no terceiro trimestre de 2021, reduzindo perdas em relação ao mesmo período do ano passado, quando o indicador foi negativo em R$ 797,5 milhões, mas ainda assim conquistou os analistas do mercado.
“Pela primeira vez em mais de 10 anos, a Embraer gerou fluxo de caixa positivo no terceiro trimestre, que é sazonalmente mais fraco, e por isso revisou para cima sua projeção para 2021“, explicam os analistas do Itaú BBA Thais Cascello, Gabriel Rezende, Luiz Capistrano e Eric de Mello.
A projeção de fluxo de caixa livre para o ano foi alterado, de um montante negativo de US$ 150 milhões a zero para um saldo positivo de, no mínimo, US$ 100 milhões. A companhia não alterou as estimativas para receita líquida, entregas de aviões e margens.
“Acreditamos que a empresa está no caminho certo para alcançá-las. Também somos construtivos quanto às perspectivas nos próximos anos”, analisam. A recomendação do BBA é de compra, com preço-alvo de R$ 21.
“Gostamos de ver o aumento do fluxo de caixa previsto para o ano fiscal de 2021, o que é uma mensagem positiva sobre a gestão de custos e o cenário competitivo, em nosso ponto de vista”, escreveram os analistas do BTG Pactual Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Bruno Lima e Marcel Zambello. O banco tem preço-alvo de R$ 26 às ações da Embraer.
Segundo o BB Investimentos, a Embraer vem entregando melhorias continuas na gestão de custos que, combinada com o incremento da carteira de pedidos, deverá contribuir para a recuperação de margens e retomada na geração de caixa dos próximos trimestres.
A empresa projeta encerrar o ano com entrega de 135 a 145 aeronaves, sendo 45-50 do segmento de aviação comercial e 90-95 de aviação executiva. “As reservas de novos pedidos foram fortes no trimestre”, observam Noah Poponak, Gavin Parsons e Anthony Valentini, do Goldman Sachs, que também indicam a compra dos papéis.
“As ações da Embraer apresentam valorização de 247,9% nos últimos 12 meses em função dos baixos níveis de preços da companhia após o cancelamento da combinação de negócios com a Boeing (BOEI34), combinada com a reestruturação da Embraer e aos anúncios das recentes parcerias firmadas pela sua subsidiaria Eve, que desenvolve a aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical (eVTOL)”, analisa Renato Hallgren, do BB. A recomendação dele é de compra, com preço-alvo de R$ 25 para o final de 2022.