Comprar ou vender?

Ação da Eletrobras tem potencial de 160%, estima corretora

04 set 2017, 23:46 - atualizado em 05 nov 2017, 13:56

Eletrobras

A ação da Eletrobras (ELET3) poderá ser reavaliada pelo mercado para um nível entre R$ 25 e R$ 47 como resultado do processo de privatização, avalia a corretora Spinelli em um relatório enviado a clientes. O valor mais alto corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 160% em relação ao fechamento desta segunda-feira (R$ 18,01).

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Os analistas Samuel Torres, Vitor Mizumoto e Marcio Gomes, ponderam, contudo, que dado o alto risco, o investidor aloque apenas um pequeno percentual de sua carteira nas ações.

A Spinelli vê dois modelos mais prováveis para a privatização da estatal. O primeiro se daria por meio de um aumento de capital com a desistência do uso do direito de subscrição de ações por parte da União, o que, em uma emissão de montante suficiente para reduzir a participação relativa para patamares abaixo de 50%, transferiria o controle para o capital privado.

“Acreditamos que, principalmente para o governo, essa seja a saída ideal (e também a mais provável de acontecer), pois, caso a operação seja executada na forma de uma emissão primária com subsequente compra de outorgas pela Eletrobras, o governo conseguiria contabilizar os valores recebidos na venda de outorga dessas usinas para reduzir o déficit primário”, explicam os analistas.

A segunda alternativa seria a oferta pública secundária de ações, que poderia ser realizada por meio de um leilão, que implicaria a transferência de parte da posição acionária atual do governo para outros investidores sem impactos no caixa da Eletrobras. Nesse formato, calcula a Spinelli, o governo teria arrecadação máxima de pouco mais de R$ 16 bilhões e mínima de aproximadamente R$ 5 bilhões.

“Em nossa opinião, o modelo mais simples seria o de simplesmente realizar um leilão de ações, por meio de oferta secundária (segunda alternativa), o qual foi utilizado nas desestatizações da Vale e Embraer. Especula-se que, caso o governo realmente escolha realizar a desestatização por meio de oferta primária, seria necessário criar um artigo dentro da MP da Reforma do Setor Elétrico”, destacam.

Valuation

Como as alternativas são diversas, os analistas tentaram estimar o potencial para as ações em alguns cenários em que a empresa atinja a rentabilidade de empresas comparáveis do setor. O múltiplo usado foi o P/VPA (Preço/Valor Patrimonial da Ação) das empresas Alupar, Cemig, Copel, CPFL, Energias do Brasil e Equatorial.

“Dentre esses comparáveis, há empresas que estão também em situação financeira precária e bastante descontadas, mas que estão melhor avaliadas, como a Cemig. Se as ações da Eletrobras passarem a ser negociadas apenas ao P/VPA a que são negociadas a CMIG4, a valorização já seria de 40% (atingindo cerca de R$ 25,00 por ação)”, avaliam.

Veja as comparações:

Elet

 

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