Ação da CSN Mineração já rivaliza com Vale na preferência dos analistas
A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da CSN Mineração (CMIN3), que estreou em fevereiro na Bolsa, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14. Positivos com os preços das commodities e os volumes que a companhia deve entregar daqui para frente, os analistas acreditam que a empresa mostrará um crescimento expressivo na produção nos próximos anos.
Segundo a corretora, a CSN Mineração é um dos melhores veículos para exposição ao minério de ferro. Nesse quesito, a companhia está empatada com a Vale (VALE3).
“Elas são negociadas a múltiplos mais baixos, quando comparadas a seus pares australianos, além de apresentarem maior crescimento: a CSN Mineração, com seu plano de expansão de 30 para 90 milhões de toneladas em 2030, e a Vale retomando seus níveis de produção para 400 milhões de toneladas nos próximos três a quatro anos”, afirmaram Yuri Pereira, Marcella Ungaretti e Thales Carmo, autores do relatório divulgado pela XP nesta sexta-feira.
Apesar de gostarem muito da Vale, os analistas mostraram preferência pela CSN Mineração no setor.
“Dado que os múltiplos estão em níveis semelhantes, preferimos CSN Mineração a Vale, apesar da liquidez mais baixa de CSN Mineração. Além disso, a CSN Mineração é 100% minério de ferro”, defenderam.
Por que dar uma chance à CSN Mineração?
Na avaliação da XP, existem diversos fatores que reforçam sua preferência pelo nome. Além de ter uma operação integrada composta por ativos de alto valor, a CSN Mineração conta com um portfólio diversificado de produtos que ganharam relevância nos principais mercados e uma posição de custos saudável.
“A CSN Mineração tem 100% de exposição ao minério de ferro com um ambicioso plano de expansão. Para suportar seu crescimento, estima-se que a CSN Mineração tenha 5,9 bilhões de toneladas de recursos em suas minas Casa de Pedra e Engenho, dos quais 3,4 bilhões são reservas de minério de ferro de alta qualidade”, destacaram Pereira, Ungaretti e Carmo.
Pelas projeções da XP, a CSN Mineração deve atingir uma produção de 60 milhões de toneladas em 2024 e chegar a um volume de aproximadamente 90 milhões de toneladas em 2030, considerando que os preços do minério de ferro dependem de uma demanda saudável da commodity na China, seguindo incentivos do governo.
A corretora também divulgou suas estimativas para a empresa em 2021. O Ebitda deve atingir R$ 14,9 bilhões, considerando a média de minério de ferro de US$ 135 a tonelada, enquanto os volumes de minério de ferro vão totalizar 40,2 milhões de toneladas.
Quanto à distribuição de dividendos, a XP estima um retorno de 15,2% neste ano, sob expectativa de geração de caixa mais forte – o que pode resultar em maiores proventos aos acionistas.
Em relação à pauta ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, ou Governança Ambiental, Social e Corporativa traduzido para o português), os analistas destacaram que a CSN Mineração faz parte de um setor muito sensível na frente ambiental. Mesmo se esforçando para minimizar os impactos das operações no meio ambiente, a empresa não está livre de riscos nessa categoria. Nas outras frentes, principalmente em governança, os analistas disseram que é importante ficar de olho em qualquer mudança no cenário atual.
“O Grupo CSN (CSNA3) é o acionista controladora da empresa e, no caso de um cenário adverso para a siderúrgica, isso pode trazer desafios à mineradora”, comentaram.
CSN
A XP aproveitou para atualizar o preço-alvo do papel da CSN para R$ 55. As perspectivas são positivas para o potencial de alta do segmento de mineração e um ambiente saudável para os preços do aço.
No setor de siderurgia, a CSN e a Usiminas (USIM5) são as preferências, considerando a maior exposição ao minério de ferro.
“Estamos mais otimistas com a commodity do que com o mercado de aço”, afirmaram Pereira, Ungaretti e Carmo. “Apesar da possibilidade correção nos preços do minério de ferro, vemos que a commodity ainda está sendo negociada a níveis elevados historicamente, beneficiando o segmento de mineração da CSN”.